EUA e Venezuela
por Gilberto Lopes
A interferência desmedida de Washington rarefaz o ar político na América Latina
A oposição acreditava que sua vantagem nas eleições de 28 de julho era tão grande que Nicolás Maduro não poderia falsificar os resultados, sobretudo diante da Casa Branca, que acompanhava de perto o processo e com quem a oposição negociava a eventual renovação das sanções econômicas aplicadas ao país há mais de uma década.
Eleições livres podem ser realizadas nestas condições? Como Madeleine Albright, secretária de estado norte-americana durante a segunda administração Clinton (1997-2001), explicou a seus estudantes em seu livro sobre o fascismo, “o principal objetivo da política externa é convencer os outros países a fazerem o que queremos que eles façam. Para isso”, acrescentou, “dispomos de diversos meios, desde uma solicitação educada até o envio dos fuzileiros”.
Qual é o resultado desta política?
A América Latina produz mais de um terço do lítio mundial e possui importantes jazidas de cobalto, manganês, níquel, terras raras e outros minerais, lembrou Shannon K. O’Neil, vice-presidente de estudos e membro sênior para os estudos latino-americanos do Council on Foreign Relations, num artigo sobre as “grandes oportunidades na América Latina”. Na Venezuela, estão em jogo enormes recursos petrolíferos e minerais.
A direita liberal pode ser extremista, quando necessário. Ou democrática, quando isso lhes convém. Por enquanto, o processo eleitoral na Venezuela está em pleno andamento, e deverá culminar numa verificação oficial e em resultados definitivos, a serem divulgados pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Arrogância desmedida
Como realizar eleições livres sob sanções?
Não aprendemos nada com todas estas experiências?
Qual é o resultado desta política?
Meio século das relações diplomáticas Brasil-China, por Gustavo Menon e Wagner Iglecias
Esta é uma história real, por Felipe Bueno
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