O presidente-executivo da StandWithUs Brasil, André Lajst, publicou uma série de comentários no Twitter com o título: Por que é antissemitismo comparar Israel aos nazistas?

Trata-se de uma reciclagem da tese de que criticar o Estado de Israel seria antissemitismo. Nessa versão de Lajst, dizer que Israel é comparável ao nazismo seria antissemitismo. Diante das atrocidades israelenses, é difícil levar a sério tal afirmação. Mas vejamos o que diz o sionista.

O primeiro golpe argumentativo de todo sionista é contar a história a partir do ponto que serve aos seus argumentos. Segundo Lajst, são os palestinos, especificamente o Hamas, quem começou tudo:

“O Hamas invadiu o sul do Israel e massacrou 1.200 pessoas, sequestrando cerca de 240, das quais, 120 permanecem em cativeiro.”

Lajst falsifica a história, omitindo a invasão das terras palestinas desde os anos 30 e a sequência de massacres perpetrados contra os palestinos. Ele não tem nada a dizer sobre o apartheid imposto por Israel contra o povo palestino.

“Israel” seria uma pobre vítima do Hamas e da Resistência Palestina que, sabe-se lá por qual motivo, decidiu invadir o sul do país. Como, diferentemente de Lajst, nós sabemos a história, sequer é correto dizer que os palestinos invadiram o sul de “Israel”, já que não é possível dizer que os donos da terra estão invadindo a própria terra.

Mas deixemos um pouco de lado a história. O argumento de Lajst simplesmente não se sustenta na própria realidade. Ele quer que o mundo considere “Israel” uma vítima porque a Resistência Palestina teria matado 1.200 pessoas e sequestrado 240. Vale dizer que boa parte desse total são de elementos das forças armadas e colonos israelenses que nada mais são do que milícias armadas.

O problema é que, nove meses depois, falar que isso é um massacre é uma piada macabra, visto que “Israel” assassinou mais de 35 mil palestinos, sendo a maioria mulheres e crianças. Desses, a maioria são civis, não são membro dos grupos de Resistência. Qual é o verdadeiro massacre?

Lajst afirma que “é uma grave distorção histórica e, segundo a Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA), pode ser considerado também uma forma de antissemitismo, uma vez que é baseada numa visão bastante negativa sobre os judeus”.

Primeiro, segundo quem? Para o próprio sionismo, que é quem controla a tal IHRA, uma instituição cujo objetivo é defender os interesses de “Israel”. E vejam só, de “Israel” e não dos judeus em geral.

O senhor André Lajst pode até discordar, mas dizer que as ações do exército de “Israel” contra o povo palestino são comparáveis ao nazismo é denunciar também o nazismo. Não tem nada a ver com o povo judeu em si, se esse povo é bom ou ruim, mas com uma política.

A falsificação continua: “o elemento central da ideologia nazista era o extermínio do povo judeu”. Que os judeus foram vítimas do nazismo, isso é um fato. Mas será mesmo que o “elemento central da ideologia nazista” era o extermínio do povo judeu? Esse pode ter sido um aspecto importante, no entanto, os nazistas mataram muitos outros grupos sociais.

E é nesse sentido que o que “Israel” está fazendo pode ser comparado ao nazismo. A ideologia sionista é considera o palestino um ser inferior e coloca em prática uma política de limpeza étnica. Lajst nega que essa seja a política israelense, negando a realidade.

Para justificar isso, Lajst diz que não há campos de concentração como os do nazismo, nem um esquema industrial de extermínio. Segundo ele, portanto, só é possível fazer comparações históricas se as coisas forem idênticas. Assim, nada pode ser comparado, Lajst decretou o fim de qualquer analogia histórica.

Tudo isso, obviamente, para defender o massacre de mais de 35 mil civis. E isso, não há teoria e falsificação que possa esconder.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 03/07/2024