Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça” durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. Foto: Reprodução

Em editorial publicado neste sábado (22), repleto de mentiras, o Estadão saiu em defesa da bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante os atos terroristas de 8 de janeiro.

A bolsonarista, condenada por diversos crimes — incluindo tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado —, segundo o jornal, “nem sequer deveria ter sido julgada pelo STF”. O julgamento começou na sexta-feira (21) e está previsto para terminar em 28 de março.

Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), usou as redes sociais para criticar o Estadão, acusando o jornal de flertar novamente com o autoritarismo e de tentar relativizar a gravidade dos fatos ocorridos em 8 de janeiro.

“O Estadão, que já apoiou um Golpe de Estado no Brasil, flerta novamente, infelizmente, com o obscurantismo sombrio, com o autoritarismo, tentando relativizar a gravidade dos fatos.”, , escreveu no X, antigo Twitter. “Saiba, Estadão, que nós AINDA ESTAMOS AQUI. Por Rubens e Eunice Paiva. Nós ainda estamos aqui pelo BRASIL”

Confira trechos do editorial do Estadão:

Na tarde de ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou para condenar a sra. Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão. A cabeleireira de Paulínia, cidade do interior de São Paulo, não cometeu um crime de sangue. Tampouco aplicou um grave golpe na praça ou desviou milhões de reais em recursos públicos, como tantos que caminham livremente pelas ruas País afora.

Armada com um batom, a ré pichou, na estátua da Justiça em frente à sede da Corte durante os atos golpistas no 8 de Janeiro, os dizeres “Perdeu, mané” – uma referência à infeliz frase dita pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a um bolsonarista que o admoestou em Nova York, em novembro de 2022. No mundo da justiça e da sensatez, foi este, e apenas este, o seu crime. (…)

Presa preventivamente, por ordem de Moraes, desde 17 de março de 2023, a ré agora está prestes a receber uma pena – caso a decisão do relator seja confirmada por seus pares – que ultrapassa, e muito, as penas a que foram condenados criminosos muito mais perigosos do que ela para a sociedade. Por si só, isso abala ainda mais a já desgastada imagem do STF aos olhos de muitos brasileiros de boa-fé que acompanham, atônitos, a forma como o STF tem conduzido os julgamentos dos atos golpistas.

Não resta a menor dúvida de que, por ter praticado atos tipificados como crimes pela legislação penal em vigor no País, Débora dos Santos deveria mesmo receber uma sanção judicial após o transcurso do devido processo legal – que, a rigor, deveria ter começado no foro indicado, qual seja, a primeira instância, e não a última, o que impede que a uma cidadã sem prerrogativa de foro seja plenamente assegurado o direito ao duplo grau de jurisdição.

Mas a qualquer pessoa minimamente sensata, imbuída de boa-fé e, sobretudo, senso de justiça, uma pena tão draconiana como a imposta à ré pelo ministro Alexandre de Moraes não passa nem sequer por razoável, que dirá por justa. Lamentavelmente, e não apenas para o STF, mas para todo o País, senso de justiça é o que faltou ao sr. Moraes no julgamento desse caso. (…)

Momento em que Débora picha estátua “A Justiça”. Foto: Reprodução

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Last Update: 22/03/2025