A pressão do imperialismo para conter o desenvolvimento do Brasil a qualquer custo se reflete nas suas várias frentes de atuação, sendo uma das mais traiçoeiras delas, o ambientalismo radical, defendido pelas ONGs internacionais e por determinados setores da direita e da esquerda pequeno-burguesa.

O PSTU, sendo um grupo que se posiciona sempre segundo a política do imperialismo, encampa também a questão do ambientalismo e da falsa defesa da natureza. Em matéria publicada no sítio Opinião Socialista, o blogue de notícias do PSTU, eles criticam o governo Lula por querer explorar o petróleo na Margem Equatorial, região que corresponde ao trecho da costa brasileira que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte.

A posição de Lula, embora vacilante e pouco assertiva, é correta: é necessário explorar o petróleo brasileiro, o País precisa do dinheiro, o povo brasileiro precisa do dinheiro e dos empregos que irão gerar, que os digam os amapaenses, capixabas e demais brasileiros que vivem nessa região, uma das mais pobres do Brasil. No entanto, o PSTU não concorda.

Intitulada Lula pressiona por exploração de petróleo na Amazônia, a matéria assinada por Jeferson Choma começa criticando a fala de Lula durante entrevista a uma Rádio de Macapá, em que ele afirmou que não dava para o Ibama ficar “nesse lenga-lenga” e que era preciso aprovar a perfuração para fins de pesquisa na Margem Equatorial pela Petrobrás. O articulista afirma que a fala de Lula “incomodou particularmente os servidores do IBAMA”, defendendo que o órgão “não deve servir a qualquer governo de plantão. A responsabilidade de seus servidores é de avaliar impactos ambientais, de forma independente e sob estritos critérios científicos”.

O capachismo, a ingenuidade e a pressão para apoiar o imperialismo impedem Choma de compreender que os órgãos ligados ao governo brasileiro devem, sim, responder ao mandatário eleito pelo povo. Na sociedade neoliberal dominada pelo imperialismo, não existe nada parecido com um órgão que avalie algo de forma “independente”. Ainda mais se tratando de questões que lidam com interesses de setores tão poderosos como as petroleiras.

O argumento do Ibama e dos ambientalistas é descabido: explorar o petróleo em uma região que está a mais de 500 quilômetros de distância da costa, pode ser danoso para o rio Amazonas, pois este desemboca no mar naquela região. Nesse sentido, exigem que a Petrobrás consiga comprovar que fará uma perfuração totalmente a prova de falhas, como afirma o articulista amigo das árvores:

“A questão é que a Petrobras (…) não consegue comprovar que pode explorar petróleo na Foz do Amazonas sem comprometer o meio ambiente, evitar e combater um vazamento de petróleo que pode liquidar todo um delicado ecossistema”. Tudo isso não passa de falácias. A própria terminologia “Foz do Amazonas” é mal-intencionada, tendo em vista a distância que a região a ser explorada está do local onde desembocam as águas do Rio Amazonas.

Além disso, se a exploração do petróleo comprometer o meio ambiente – seja lá quanto for, isso não tem a menor importância. A necessidade energética do País está muito acima da preservação de supostos ecossistemas delicados. O articulista ressalta que “uma nota técnica assinada por 13 especialistas do IBAMA recomendou a negativa da licença devido ‘a falhas persistentes no processo’”, no entanto, ele não menciona que esses tais “especialistas” sofrem pressão da burguesia, do imperialismo, de organizações como a Open Society Foundations ligada a George Soros e ao imperialismo mundial, para conter a exploração do petróleo no Brasil.

Choma, para dar um verniz esquerdista à sua defesa da política do imperialismo, procura denunciar o fato de que a Petrobrás é uma empresa vampirizada por acionistas estrangeiros, graças à ação do governo FHC no passado, que praticamente privatizou a empresa. Ele utiliza esse argumento para afirmar que “toda a exploração da Margem Equatorial vai se dar no marco de uma profunda desnacionalização do petróleo brasileiro”.

O que o artigo não explica, porém, é de que forma deixar de explorar uma gigantesca jazida de petróleo fortalecerá a Petrobrás e o País para a luta contra o imperialismo. Na verdade, deixar o petróleo embaixo da terra é tudo que o imperialismo quer, pois não quer competir com o Brasil nesse mercado, além de ter a perspectiva de roubar essas reservas.

Logo abaixo, o articulista repete uma ladainha fantasiosa e religiosa dos ambientalistas, ao tratar da questão da “transição energética”: “o caminho de uma transição energética soberana passa pela Petrobras, mas convertida numa empresa de energia renovável”. Trata-se de um delírio. Em um mundo em que 80 a 85% do combustível produzido é derivado do petróleo e que cerca de 30% da matriz energética do mundo também provém dessa commodity (mais do que qualquer outra fonte), o PSTU defende que o Brasil abandone a exploração de um dos recursos naturais mais valiosos do mundo, e que é extremamente abundante em nosso país.

Mais abaixo, o articulista faz a defesa de que a população deveria se organizar para cobrar da COP 30 (convenção ambientalista organizada pela ONU, a ser realizada este ano em Belém), que pressionem ainda mais o governo brasileiro para que ele diminua a exploração do petróleo nacional. Uma política reacionária e totalmente submissa ao imperialismo: “é com independência e com a combatividade demostrada pelos povos indígenas que ocuparam a Seduc, que os movimentos sociais, dos trabalhadores e da juventude devem se organizar e tomar a COP 30 e impedir que rifem nosso futuro, transformando a catástrofe climática em mais um negócio”.

Ainda segundo ele, “esse será um momento para exigir e denunciar as ações dos governos que promovem a destruição ambiental, a energia fóssil e o agronegócio que aniquila as florestas e seus povos”. Todos sabem, no entanto, que esses tais governos são sempre os dos países atrasados. Nunca se ouviu falar, da parte do PSTU e de mais ninguém, nenhuma denúncia contra o governo norte-americano, alemão, francês, britânico e seus abusos contra o meio ambiente – que são muitos e infinitamente maiores do que o do brasileiro.

Ao fim de sua matéria, o articulista do PSTU fala sobre o suposto “aquecimento global”, supostamente demonstrando que o mundo está mais quente agora do que em qualquer etapa da história humana (uma afirmação impossível de ser comprovada). No entanto, ele não demonstra qual relação factual isso tem com a questão da exploração do petróleo no Brasil, trata-se de apenas um terrorismo ambiental para pressionar as pessoas a aderirem essa posição anti-nacional.

O PSTU demonstra estar do lado do imperialismo em todos os assuntos fundamentais. Nesse caso, se opõe diretamente ao próprio desenvolvimento do País. Essa política deve ser denunciada, exposta e duramente combatida dentro da esquerda, que não pode aceitar essa infiltração de uma política imperialista e ainda mais permitir que ela seja vendida como “revolucionária”.

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Last Update: 23/02/2025