Mais um alarmista do clima aparece para anunciar o fim do mundo. Desta vez, trata-se de Luis Pellegrini, que publicou o artigo Calor mortal, incêndios e secas: A fatura do clima chegou, no Brasil 247 neste sábado (5).

Desta vez, é importante comentar primeiro a última frase do texto que diz que “tem negacionista por aí dizendo que o aquecimento global não existe”. É a típica interdição do debate. Aqueles que não aceitam determinados pontos de vista, são logo tachados de “negacionistas”, sendo que existem cientistas que negam o tal “aquecimento global”, dizem que evidências geológicas provam que mudanças são eventos cíclicos.

Durante a pandemia, foi muito utilizando esse termo: negacionismo. Apesar das vacinas contra a Covid-19 terem sido feitas em prazo muito curto; e, principalmente, contaminada pela guerra de interesses por trás da indústria farmacêutica, era proibido contestar as vacinas, ou se preocupar com eventuais efeitos colaterais.

Aproveitando a histeria, inclusive, ou principalmente, da esquerda, o Supremo Tribunal Federal (STF) aproveitou para aumentar a repressão e ameaçar de prisão quem publicasse fake news sobre as vacinas. Passado esse tempo, aos poucos vão surgindo notícias de que as vacinas produzem, sim, efeitos colaterais, há muito por se descobrir.

Os “negacionistas”, portanto, estavam com a razão. E mesmo que não estivessem, as pessoas devem ter o direito de contestar aquilo que quiserem

O apocalipse

No início do texto, Pellegrini começa sua extensa lista de catástrofes. Afirma que “Cabul, capital do Afeganistão, dentro de cinco anos será a primeira cidade moderna a ficar sem água. Samjung, aldeia nepalesa situada a 4 mil metros de altitude no Himalaia, foi abandonada por todos os seus habitantes: há três anos não vê sequer um floco de neve. Moradores de Tuvalu vão para a Austrália. Sul de Creta arrasado por um incêndio florestal de enormes proporções. São as mudanças climáticas que chegaram para ficar[grifo nosso].

A primeira pergunta que qualquer “negacionista” faria seria a seguinte: Com que autoridade se pode afirmar que as tais mudanças chegaram para ficar? A Terra já passou por incontáveis mudanças climáticas.

Se Cabul vai ficar sem água, devemos colocar isso na conta do imperialismo, que passou 20 anos destruindo o Afeganistão. Portanto, não deveria acusar de nada o regime Talibã, que libertou o país de forças invasoras extremamente letais e criminosas.

Uma vez que, terminado o massacre, Pellegrini mesmo informa que está havendo aumento populacional, além de muitos afegãos terem se mudado para a capital. É um indício que não deixa dúvida de que a vida no Afeganistão está finalmente melhorando. A esquerda tem que comemorar, ou estará do lado do imperialismo criminoso, que teve a capacidade de confiscar as verbas do único hospital que tratava de Covid naquele país.

Pellegrini, para aumentar o medo entre seus leitores, também cita incêndios ao sul da ilha de Creta, onde os termômetros estavam acima de 42º C, além de ventos de até 130 km/h. O medo é uma arma de convencimento.

Derretimentos

Outro dos dados alarmantes de Pellegrini, é que “acabou a neve no teto do mundo – Nem mesmo as alturas do Himalaia, a cordilheira que possui os picos mais elevados do mundo, parece a salvo das consequências das mudanças climáticas atualmente em curso. Samjung, no Nepal, uma aldeia histórica situada a 4 mil metros de altitude, parece destinada a se tornar um dos lugares-símbolos da crise: todos os seus moradores tiveram de partir ao longo do último ano”.

O autor diz ainda que “mesmo estando no teto do mundo, Samjung há três anos não vê sequer um floco de neve”, e na cidade “só restam casas de barro em ruínas, terraços queimados pelo sol e santuários budistas tibetanos em decadência. A vida se foi, pois não existe vida sem água”.

Como já foi dito neste Diário em mais de uma oportunidade, isso não é uma novidade. Por volta de 500 d.C., os Andes enfrentaram um período de grande seca que teve impactos significativos nas civilizações da região, particularmente no Império Tiwanaku e na cultura Moche, no atual Peru.

Estudos de núcleos de gelo dos Andes (como os do Quelccaya, no Peru) e sedimentos lacustres indicam um período prolongado de aridez entre 500 e 600 d.C.

Para os Moches, a escassez de água afetou a produção de alimentos, gerando conflitos sociais e o abandono de centros cerimoniais como Huacas del Sol y de la Luna. O curioso é que essa seca coincide parcialmente com o “Evento 540 d.C.”, um resfriamento global ligado a erupções vulcânicas (como a do Ilopango, em El Salvador), que também afetou culturas em outras partes do mundo.

Há ainda as inúmeras citações na literatura sagrada, como os dilúvios no Gênesis, e até mesmo no hinduísmo que fala do Dilúvio de Manu. Somam-se a isso períodos de fogo, trevas (tempestades de areia?), nuvens de gafanhotos… a lista é enorme.

Pellegrini teria que explicar como tudo isso aconteceu sem os gases de efeito estufa, que alega serem a causa do derretimento da neve no Himalaia.

Política imperialista

A histeria em torno do clima é provocada pela propaganda imperialista, que usa a questão para que países atrasados, como o Brasil, não explorem suas riquezas, como o petróleo; ou que não construa hidrelétricas, pois isso supostamente afetaria “povos originários”.

O que Pellegrini quer é que os seres humanos vivam em uma grande comunidade hippie, todo mundo de tanga cantando em volta da fogueira. É uma política reacionária que favorece apenas o grande capital, que faz propaganda de “energia verde” enquanto explora petróleo na Guiana e na Margem Equatorial.

Esses que chamam a todos de “negacionistas”, são eles mesmos que negam o debate. Não ouvem outros cientistas que contestam essa versão neoliberal de “mudanças climáticas”.

O que Pellegrini, e outros arautos do apocalipse climático deveriam fazer, em vez de ficar criticando o Talibã, seria exigir a reconstrução do Afeganistão pelas forças invasoras que levaram apenas destruição e miséria para aquele povo.

Quem está promovendo tanta destruição no mundo é o neoliberalismo, que produz uma concentração de riquezas sem precedentes, e impede que haja investimento público e desenvolvimento social.

Ao tentar estancar o desenvolvimento, e criticar os povos que lutam contra o imperialismo, esses setores da esquerda cumprem um papel extremamente reacionário, e contrário aos interesses da classe trabalhadora.

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Last Update: 07/07/2025