O governo espanhol, liderado pelo primeiro ministro Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), agremiação que encabeça a frente governista “Unidas Podemos”, anunciou, no dia 25 de abril, que irá cumprir a meta fixada pela aliança militar imperialista, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de gastar 2% do produto interno bruto (PIB) em defesa este ano, muito antes do prazo anterior autoimposto de 2029, ou seja, quatro anos antes. 

De acordo com Sánchez, a meta deverá ser cumprida através de gastos adicionais de 10,47 bilhões de euros (US$12,04 bilhões), e serão direcionadas prioritariamente no aumento do tamanho de suas Forças Armadas, telecomunicações, segurança cibernética e aquisição de equipamentos militares. 

A pressão para a elevação do orçamento militar vem principalmente dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que os norte-americanos relutam em continuar financiando o governo fantoche e ilegítimo de Kiev no conflito militar com a Rússia. A Espanha está entre os países do velho continente que menos gastou com a defesa (1,3% em 2024), menor percentual entre os membros da Otan.

Em declaração, o premiê espanhol disse que: Esse plano nos ajudará a cumprir (a meta) em tempo recorde”.  “A Espanha contribuirá para defender a Europa. (Portal Investimentos e Notícias, 26/4).

Ainda que afundada em uma de suas maiores crises (política, social e econômica) histórica, a  Comissão Europeia não só está propondo como incentivando e pressionando que os Estados-membros aumentem os gastos com defesa em 1,5% do PIB por ano durante quatro anos. Vale destacar que os países europeus mantêm rígidos programas de austeridade fiscal em seus orçamentos; no entanto, no que diz respeito aos gastos de defesa, em obediência aos ditames do imperialismo, essa regra simplesmente desapareceu, pois já foi anunciado que as economias do velho continente não sofrerão qualquer sanção por aumentar seus déficits orçamentários, e que os governos devem reunir condições e recursos em projetos conjuntos de defesa.

Em uma demonstração do mais completo servilismo às exigências do imperialismo, o “esquerdista” Sánchez falou sobre a convicção acerca da aprovação do  plano pela maioria do Parlamento da Espanha. Todavia, afirmou ainda que o projeto envolvendo o aumento de gastos militares não exige aprovação parlamentar, na medida em que se trata  de ”fundos existentes e que usará economias orçamentárias”, sem afetar os impostos ou o déficit. Ou seja, os recursos que poderiam ir para investimentos em programas sociais, incrementando o padrão de vida do povo espanhol, serão direcionados para o orçamento de defesa, atendendo aos interesses do imperialismo. 

Contudo, a postura do governo “esquerdista” liderado por Pedro Sánchez não se apresenta como uma decisão isolada na Europa, mas uma política que orienta, nesse momento, todos os governantes dos países da Comissão Europeia, sejam eles governos de esquerda, direita, centro, ou qualquer outra denominação que se queira atribuir. 

O deslocamento do eleitorado europeu para posições de direita (França, Itália, Alemanha, etc), portanto, é o resultado da política direitista e de submissão da esquerda do velho continente, servil e submissa aos ditames do imperialismo, promotor de guerras e ataques às condições de vida da população nos quatro cantos do planeta.

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Last Update: 27/04/2025