Um relatório produzido pelo Instituto de Água e Saneamento e pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra) revelou que cerca de 1,4 milhão de estudantes matriculados na rede pública no País não têm acesso à água potável.
O estudo “Água e Saneamento nas Escolas Brasileiras: Indicadores de Desigualdade Racial a partir do Censo Escolar” destaca que a maioria desses estudantes é negra e que a falta de água potável e abastecimento é mais acentuada em áreas onde estudantes negros estão em sua maioria.
“A falta de água potável e abastecimento é mais acentuada em áreas onde estudantes negros estão em sua maioria, e isso pode ser explicado por uma combinação de fatores históricos, sociais, econômicos e políticos, que frequentemente refletem desigualdades estruturais”, disse o secretário de combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Carlos Furtado.
Os dados mostram que além daqueles que não possuem acesso à água tratada, cerca de 5,5 milhões de estudantes da rede pública no Brasil não possuem nenhum tipo de abastecimento de água em suas escolas.
O relatório também abordou a infraestrutura básica, como banheiros, coleta de lixo e tratamento de esgoto, revelando que os maiores prejudicados estão nas escolas de maioria negra.
Desses, 14,1 milhões de estudantes da rede pública não possuem acesso ao tratamento adequado de esgoto; 440 mil estudantes estão matriculados em escolas que não possuem banheiros e 2,15 milhões de alunos estão matriculados em 30,5 mil escolas que não possuem o lixo coletado pelo serviço público.
O quadro geral é de precariedade da infraestrutura das escolas da rede pública, consequência direta do roubo do dinheiro público pelos banqueiros.
Portanto, para que a situação seja revertida, é necessário uma luta séria contra os parasitas do mercado financeiro que se expressam atualmente, por exemplo, por meio do pacote fiscal recentemente proposto pelo ministro Fernando Haddad.