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‘Vaza Xande’: a Folha está toda enrolada

Greenwald “postou e saiu correndo” para as cavernas do extremismo, deixando jornalistas da Folha fazendo malabares com o nada e menos ainda alçados pelo jornal a manchete bombástica contra Moraes.

por Hugo Souza

Glenn Greenwald “postou e saiu correndo” para as cavernas da extrema-direita internacional e deixou os repórteres Ana Gabriela Oliveira Lima e Arthur Guimarães, da Folha de S.Paulo, fazendo malabares com o nada e o menos ainda alçados pela Folha nesta quarta-feira, 14, a manchete bombástica contra Alexandre de Moraes.

Na manhã desta quinta-feira, 15, a manchete da Folha na internet é a matéria “Atuação de assessores de Moraes fora do rito pode abrir brecha para nulidade”, da Ana Gabriela e do Arthur.

Já no subtítulo, um balde de água fria na manchete: “especialistas divergem”. Ao longo texto, o próprio cerne da matéria original da pretensa “Vaza Xande”, a expressão “fluxo fora do rito”, já desapareceu. No lugar dela, entrou agora, ora, ora, “possível irregularidade em procedimentos dos dois órgãos enquanto Moraes atuava tanto no TSE quanto no Supremo”.

Em editorial, porém, a Folha cunha duas novas expressões para dar ares de gravidade às “mensagens reveladas”, já que não pode, nem em editorial, chamar de… graves. Estas: “origem não explícita de ordens” e “fluxo alheio às formalidades”. Notável.

Na matéria, o único dos “especialistas” procurados pelo jornal que afirma que a notícia dada pela Folha pode levar à anulação do inquérito das fake news é Marcelo Figueiredo, professor de direito constitucional da PUC-SP.

“Formalidade não é uma mera exigência para atrapalhar o processo, mas uma garantia dos acusados. Por isso, é preciso estar registrado quem pediu, como pediu, quando pediu. A parte tem direito a saber o que é solicitado”, disse o professor Marcelo, comentando a “Vaza Xande”.

Curioso. Há pouco mais de um mês, na concorrência – o Estadão -, o professor Marcelo classificou não quaisquer informalidades, mas as flagrantes ilegalidades da Lava Jato, reveladas pela Vaza Jato, como “excessos pontuais da operação”.

Voltando à manchete de hoje da Folha na internet, “Atuação de assessores de Moraes fora do rito pode abrir brecha para nulidade”, o cabra pergunta: “nulidade do quê?”. A Folha enrola, enrola, mas responde, algo vexada: de um punhado de prints de postagens de Rodrigo Constantino no Twitter.

Não obstante, a capa da Folha de papel desta quinta traz um ciclope monstruoso tentando pôr as garras na sua liberdade:

Folha de S.Paulo

A Folha está toda enrolada.

Hugo Souza é jornalista.

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Última Atualização: 15/08/2024