O objetivo será apurar em profundidade a origem das operações financeiras realizadas às vésperas das sanções, identificar eventuais crimes financeiros e de traição à pátria, e expor os vínculos entre operadores do mercado e agentes políticos ligados ao bolsonarismo e à extrema direita internacional
A revelação de que mais de R$ 6,6 bilhões foram movimentados na bolsa de valores brasileira em operações atípicas e suspeitas realizadas com informações privilegiadas poucas horas antes do anúncio oficial do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos acende um grave alerta sobre a existência de uma aliança internacional de ataque à soberania do Brasil — com motivação política, finalidade golpista e ganhos financeiros escusos.
Segundo denúncia veiculada pelo ICL Notícias, grandes grupos financeiros como BGC (do atual Secretário de Comércio do governo Trump, Howard Lutnick), BTG Pactual e Tullett Prebon estariam entre os operadores que lucraram com a queda previsível dos ativos brasileiros provocada pelas sanções norte-americanas.
É inadmissível que, enquanto o povo brasileiro enfrenta os efeitos econômicos da retaliação imposta pelo governo Trump, aliados de Jair e Eduardo Bolsonaro estejam lucrando com a desvalorização do Brasil. Há fortes indícios de que setores do bolsonarismo estariam atuando para sabotar o país do exterior, em articulação com interesses estrangeiros hostis, com o objetivo de desestabilizar o governo democraticamente eleito e enfraquecer o Estado brasileiro.
A participação de Eduardo Bolsonaro e de seu aliado Paulo Figueiredo, neto do último ditador da ditadura militar brasileira, aprofunda ainda mais o escândalo. Ambos atuaram abertamente nos Estados Unidos defendendo as sanções contra o Brasil, articulando junto a setores do governo Trump e pressionando por medidas que prejudicam diretamente a economia e a imagem internacional do país. Em vez de defender os interesses nacionais, Eduardo e Figueiredo agiram como lobistas contra a própria pátria, revelando um alinhamento vergonhoso com forças estrangeiras hostis e transformando o golpismo em estratégia de desestabilização econômica e ganho político pessoal.
Diante da gravidade dos fatos, parlamentares comprometidos com a soberania nacional anunciarão, no retorno do recesso, a reunião de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O objetivo será apurar em profundidade a origem das operações financeiras realizadas às vésperas das sanções, identificar eventuais crimes financeiros e de traição à pátria, e expor os vínculos entre operadores do mercado e agentes políticos ligados ao bolsonarismo e à extrema direita internacional.
O Congresso Nacional não pode se omitir diante da possibilidade de que crimes de guerra híbrida, manipulação financeira e conspiração contra a economia brasileira estejam sendo cometidos com envolvimento direto de quem deveria defender os interesses do país.
O Brasil não é colônia de interesses externos. Ninguém vai lucrar impunemente com ataques ao nosso país. Vamos reagir à altura!
Brasília, 23 de julho de 2025.
Lindbergh Farias
Deputado Federal (PT/RJ)
Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados