Lojas Americanas. Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) revelou um esquema de fraudes contábeis nas Lojas Americanas, identificado através da Operação Disclosure da Polícia Federal (PF). Segundo o MPF, o esquema envolvia uma hierarquia organizada em cinco escalões e era liderado pelo ex-CEO João Silva.

O executivo foi preso em Madri nesta sexta-feira (28), mas foi solto após a audiência de custódia e deverá cumprir uma série de obrigações impostas pela Justiça espanhola. De acordo com o documento obtido pelo g1, a “hierarquia da fraude”, nomeada pelo próprio MPF, contava com a participação de diversos executivos.

João Silva era o líder, e sua subordinada direta no esquema era Ana Paula Souza, ex-diretora das Americanas. Souza teve uma prisão preventiva decretada, mas que acabou substituída por medidas cautelares. O MPF descreve que os envolvidos formavam uma “associação paralela”, atuando fora de suas atribuições oficiais na empresa para cometer crimes.

Silva, segundo o MPF, estava ciente de todas as fraudes e sugeria alterações nos balanços financeiros. Apesar de a B2W ser uma empresa independente da Lojas Americanas S/A na época, evidências mostram que Silva também recebia e-mails sobre as fraudes da B2W.

Ana Souza, única integrante do 2º escalão, comandava as fraudes na empresa B2W, mantendo Silva informado sobre o esquema criminoso. O 3º escalão incluía Tiago Santos e Marco Antônio, que atuavam como intermediários entre os executores das fraudes e a cúpula da empresa, participando ativamente das fraudes.

Ministério Público Federal desenha “hierarquia da fraude” em esquema investigado na Americanas. Foto: Ministério Público Federal

O 4º escalão, que incluía a maioria dos investigados, tinha um poder de decisão mais limitado e precisava seguir ordens dos escalões superiores para continuar com as fraudes.

Alguns dos envolvidos eram: Carlos Eduardo Rosalba Padilha, ex-diretor operacional da B2W; Fábio da Silva Abrate, ex-diretor financeiro da B2W; Ana Paula da Silva Sotero, ex-diretora comercial da B2W; Fabien Pereira Picavet, ex-diretor de relações com investidores da Lasa e Jean Lessa, ex-diretor de tecnologia da informação da Lasa.

A lista inclui ainda: Luiz Saraiva, ex-diretor de tesouraria da Lasa; Maria Christina Ferreira do Nascimento, ex-diretora comercial da Lasa; Marcelo Nunes, ex-funcionário e colaborador da investigação; Murilo dos Santos Correa, ex-CFO da Lasa e Raoni Lapagesse Franco Fabiano, ex-diretor de relações com investidores da B2W.

Fabien Picavet era responsável por ajustar os números trimestrais e sugerir redações das notas explicativas para atender às expectativas do mercado. Ele formatava documentos que ajudavam a cúpula da associação criminosa a manipular os resultados finais dos balanços fraudulentos e a enganar analistas de mercado.

A conexão entre o 4º e o 3º escalão era feita por Fábio Abrate, que repassava ordens para seus subordinados e participava das discussões criminosas com os escalões superiores. No último escalão, Flávia Carneiro, subordinada de Marcelo Nunes, era responsável pela execução das fraudes contábeis. Ela colaborou com a investigação, revelando detalhes do esquema. A Americanas se posicionou afirmando que é vítima da antiga administração.

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Última Atualização: 01/07/2024