Na última sexta-feira (13), começou o ataque militar do imperialismo à República Islâmica do Irã por meio de seu principal executor na região, a ocupação sionista em território palestino.
Almejando uma operação paralela àquela em que lideranças do Hezbollah foram assassinadas, dentre as quais Hassan Nasrallah, secretário-geral do partido político libanês, as forças aéreas israelenses desencadearam uma operação de bombardeios em Teerã, e, com isso, mataram diversos cientistas iranianos, além de generais da Guarda Revolucionária, muitos dos quais se encontravam, devido ao horário, em suas casas com suas famílias.
A técnica de decapitação, que teve efeito significativo, ainda que insuficiente para garantir o triunfo do sionismo em sua agressão contra o Líbano, não surtiu efeito contra o Irã. É natural que assim seja.
Ainda que o Hesbolá seja uma milícia muito bem organizada com participação no regime político libanês, estamos falando do regime político forjado em uma revolução, que sobreviveu a uma sangrenta guerra de quase dez anos contra o Iraque; na época Saddam Hussein estava fazendo o serviço sujo do imperialismo. Quanto aos cientistas, o Irã é hoje um dos países que mais forma engenheiros no mundo inteiro.
Um ataque eletrônico embaralhou as defesas antiaéreas iranianas, o que permitiu aos sionistas que fossem usinas nucleares, particularmente a de Natãs, cuja localidade precisa foi fornecida ao imperialismo pela AIEA, a Agência Internacional de Energia Atômica.
Em paralelo, diversas células adormecidas iniciaram uma campanha de ataques de dentro do território iraniano por meio de drones suicidas. Dadas as enormes semelhanças com a operação “ucraniana” que destruiu os bombardeiros estratégicos russos capazes de carregar armas nucleares, está claro o envolvimento direto dos serviços de inteligência do imperialismo, particularmente do MI6 inglês.
A esperança do sionismo era a de que o ataque imperialista provocasse um levante da população iraniana contra a República Islâmica. Não foi o que aconteceu.
Ao contrário dos países árabes, construtos artificiais provenientes da balcanização do antigo Império Otomano pelos imperialismos inglês e francês, o Irã se manteve unido, sendo uma das nações mais antigas do mundo. O ataque covarde do imperialismo só conseguiu unir os apoiadores do regime islâmico aos opositores de tipo “democrático” ligados ao Bazar, a burguesia nacional iraniana, de quem Pezeshkian, o atual presidente, por exemplo, é representante.
Em menos de doze horas do ataque covarde do imperialismo, deu-se início à retaliação iraniana contra o porta-aviões norte-americano na Ásia Ocidental. Se antes das saraivadas de mísseis se mostrarem imparáveis pelos quatro sistemas que compõem o Domo de Ferro (sistema de proteção antiaéreo de “Israel”), os sionistas estavam “cantando vitória”, logo a situação se tornou insustentável. Principalmente, se levarmos em conta que boa parte dos mísseis enviados até o momento são antigos, muitos datando da década de oitenta, e que o programa missilístico iraniano é um dos mais avançados do mundo.
Impuseram um profundo regime de censura buscando esconder os resultados dos contra-ataques iranianos, principalmente da população israelense. O aeroporto Ben Gurion também foi fechado e os “israelenses” foram proibidos de deixar o território da Palestina ocupada: uma evidência incontestável da artificialidade de “Israel”. Sem a entrada direta do imperialismo de conjunto numa guerra de agressão contra o Irã, não há a menor chance de vitória do sionismo.
É natural que num conflito convencional a impossibilidade do triunfo israelense: o fato de o território iraniano ser muito extenso, com cerca de um milhão e meio de quilômetros quadrados, dificulta profundamente à força aérea sionista levar adiante uma campanha de bombardeios que de fato leve ao colapso do esforço militar iraniano, e a estratégia defensiva da República Islâmica faz uso deste fato.
Isto para não entrar no mérito de que uma campanha de bombardeio não é capaz de derrubar um regime político “saudável” sem que haja, em paralelo, uma invasão com soldados “no chão”. Em suma, falta ao sionismo “profundidade estratégica”.
Por outro lado, a pequenez do território “israelense” faz com que diversos locais sensíveis ao funcionamento militar e econômico fiquem concentrados numa faixa pequena de terra. Para não entrar no mérito de que a entidade sionista já está em guerra há quase dois anos, algo que já coloca enorme pressão sobre a frágil sociedade de “Israel”.
Tudo indica que o sionismo mordeu muito mais do que poderia mastigar, pelo menos se os seus mestres, os norte-americanos e os europeus, não entrarem diretamente na guerra. É evidente que o imperialismo está buscando um conflito militar de grandes proporções contra a associação de países atrasados que se forma: depois da frente ucraniana contra os russos, pode ser que a frente na Ásia Ocidental contra o Irã seja a segunda a se abrir.