
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se manifestou após ser criticada por conversar com o rapper Oruam, filho de um dos líderes do Comando Vermelho, e lhe dar orientações políticas nas redes. Ela rebateu críticas de setores de esquerda e afirmou que não convocou o artista a se filiar ao partido.
“São pessoas que surtam com a possibilidade de acharem que estão ‘defendendo bandidos’. E, pra garantir que não serão descritas dessa forma, aceitam que passem por cima dos direitos, das prerrogativas legais e das vidas de 50% da população desse país”, escreveu no X.
A parlamentar diz que “não passou pano” para as falas transfóbicas e homofóbicas do rapper, mas que ele não pode ser apontado como “responsável” pelos crimes cometidos por seu pai, Marcinho VP, ou seu tio, Elias Maluco.
“Conversei porque ele prestou apoio à família de uma vítima da PM. Porque foi protestar ao lado de uma comunidade que foi atacada a tiros por fazer uma festa junina. Porque ele queria saber como se organizar politicamente. Assim como falei que Poze do Rodo não deveria ser tratado daquela forma pela polícia. Não falei, em nenhum momento, que passo pano para as suas falas”, prosseguiu Erika.
Ela argumenta que Oruam e Poze não estão sendo atacados pela extrema-direita por terem declarações “misóginas” e “LGBTFóbicas”, mas “pelas letras de suas músicas em uma campanha que visa discriminar, desumanizar e assim justificar a violência contra o povo pobre, negro e das favelas”.
Erika ainda reclama das críticas recebidas da própria esquerda por tentar dialogar com o rapper e argumenta que ele pode evitar com que jovens e moradores de favelas sejam cooptados por discursos da extrema-direita, como o de Pablo Marçal, ex-coach e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo.
“Aos especialistas de cálculo eleitoral fictício, fica o questionamento: vocês acham mesmo que teremos alguma chance se as favelas e juventudes ficarem nas mãos do próximo Marçal? Por fim, se vocês querem concordar com essa gente, concordem. Mas não mascarem esse racismo como virtude ou preocupação social”, completou.
Se os filhos fossem responsáveis pelos crimes dos pais, metade dos gays do Brasil estariam presos por homofobia.
Não conversei com Oruam ontem por ser fã, por apoiar suas falas misóginas, seu pai ou seu tio.
Conversei porque ele prestou apoio à família de uma vítima da PM.…
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) June 9, 2025