Jornalista questiona os ataques a Nísia que, sem ceder às pressões políticas, segue firme no SUS e não trata a saúde pública como moeda de troca
Em 2022, logo depois de assumir o MS, já queriam tirar Nisia dessa posição. O machismo escancarado da sociedade, atrelado a um preconceito contra outras ciencias (que não as biológicas) faziam com que uma MULHER, SOCIÓLOGA, parecesse não se encaixar nesse jogo. Para “piorar”, Nisia não era política, e tampouco cedia às políticagens que chegavam até ela.
A primeira mulher ministra da Saúde no nosso país assumiu esse ministério que enche os olhos de tantos políticos (não pelo seu valor simbólico, mas pelo seu valor monetário), com a segurança de quem sabe que saúde é um direito, de quem valoriza os princípios do SUS. A segurança de quem foi a primeira mulher a presidir a Fiocruz, e que fez isso de forma majestosa, especialmente durante a pandemia de covid-19. Graças a ela, o cenário nacional não foi pior.
Voltando à 17ª CNS, em 2022, lembro de me emocionar ouvindo o presidente Lula dizendo que não tiraria a Nisia, porque ele queria melhorar a saúde do país. Porque ele queria alguém de seu gabarito chefiando o SUS. E Nisia ao longo desse tempo, trouxe os resultados que esperavam dela. E muitos outros.
Estamos com a Nisia, cientes de tudo o que ela representa pra esse país, e do quão competente ela é. De suas conquistas já tão notáveis neste pouco tempo, e no quanto o Brasil vem avançando, mesmo após a destruição que o governo passado causou nesta e em tantas áreas.
Vamos acreditar que tudo o que temos ouvido sobre sua saída não passa de especulação orquestrada por uma extrema-direita em busca de mais poder. E que a amplificação desses discursos é fruto de uma mídia partidária com objetivo claro de reduzir a aprovação de Lula.
Aguardemos.
A gente merece mais. A Nisia merece mais.
Por Erika G. Farias, jornalista, mestranda em Informação e Comunicação em Saúde na Fiocruz e MBA em Marketing.
