Doenças ocupacionais prejudicam trabalhadores e empresas. Faltas, acidentes e questões legais são alguns dos problemas enfrentados. A ergonomia preventiva surge como solução, proporcionando redução de custos e aumento da produtividade.
Empresas que investem em ergonomia colhem benefícios como a diminuição de despesas com ações trabalhistas e a melhoria da gestão ocupacional. “São ações que contribuem para um ambiente de trabalho mais seguro, produtivo e juridicamente protegido”, explica Jéssica da Silva Gonçalves, coordenadora de Ergonomia da Salvia Saúde Corporativa. Ela oferece cinco dicas para empresas trabalharem de forma preventiva.
Avaliação inicial
O monitoramento deve começar com a admissão do trabalhador. O exame admissional coleta dados completos, estrutura planos de ação e organiza a documentação para atender às leis trabalhistas.
Análises ergonômicas
Identificam problemas que podem causar acidentes. Analisa-se a relação entre ergonomia, pausas e movimentação de carga com a saúde ocupacional. Verifica-se se ferramentas são adequadas e se equipes estão bem dimensionadas.
Acompanhamento do ponto
Identifica se a demanda produtiva afeta as equipes. Avalia-se a necessidade de mais contratações para evitar excesso de horas extras.
Verificação de treinamentos
Avalia-se se há treinamento adequado para prevenção de riscos. A redução de acidentes e doenças, além de proteger a saúde dos trabalhadores, diminui despesas com faltas e impacta positivamente o FAP.
Assistência técnica especializada
Traz benefícios como a redução de despesas com ações trabalhistas, multas e ajustes emergenciais. Uma indústria têxtil no Paraná evitou custos de R$ 500 mil em três ações trabalhistas relacionadas à ergonomia. “Foi realizada uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) em toda a unidade, constatando-se que não havia riscos ergonômicos relacionados à repetitividade ou postura. Essa análise foi apresentada à Justiça como parte da defesa técnica”, afirma Jéssica da Silva Gonçalves, responsável pelo caso.
Além do laudo, a equipe de defesa participou da perícia judicial. “A perícia in loco confirmou as conclusões da nossa análise. Essa documentação foi essencial para comprovar que a empresa estava em conformidade e que não havia necessidade de pausas ergonômicas adicionais”, destaca Jéssica. A empresa também apresentou registros de treinamentos, orientações posturais e procedimentos preventivos. A combinação desses elementos resultou em uma decisão favorável à empresa, que foi isenta de indenizações.