Equipe de resgate liberta 12 trabalhadores em situação de escravidão no estado do Maranhão

Doze pessoas foram resgatadas de situações degradantes de trabalho em uma fazenda na cidade de São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão. A operação, que reuniu Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ocorreu entre meados e final de junho e foi informada nesta terça-feira (2).

A vistoria também incluiu fazendas em São Domingos do Azeitão, Pastos Bons e São João Dos Patos, todos no Maranhão, após denúncia da existência de trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Em nota, a PF informou que, nas demais fazendas, apesar de não terem sido encontrados trabalhadores em condições degradantes ou precárias, a fiscalização constatou o descumprimento da legislação trabalhista, de normas de segurança e de saúde no ambiente de trabalho.

Lista suja

O caso soma-se a uma longa e ininterrupta série de violações de direitos dos trabalhadores no Brasil, entre as quais está a submissão dessas pessoas ao trabalho análogo ao escravo. Em 2023, 3.190 trabalhadores foram resgatados dessas condições em todo o Brasil, conforme o MTE.

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As ações possibilitaram o pagamento de mais de R$ 12,8 milhões em verbas salariais e rescisórias aos trabalhadores resgatados. Ao todo, 598 estabelecimentos foram vistoriados no ano passado, em áreas urbanas e rurais.

Na mais recente atualização da “Lista suja” das empresas que exploram os trabalhadores de forma análogo à escravidão, de abril, 248 empregadores foram adicionados ao cadastro, representando o maior número de inclusões já registrado na história.

Desses, 43 foram inseridos devido à constatação de práticas de trabalho análogo à escravidão no âmbito doméstico. As atividades econômicas com maior número de empregadores inclusos na atualização corrente são: trabalho doméstico (43), cultivo de café (27), criação bovinos (22), produção de carvão (16) e construção civil (12).

Combate via governo

Na semana passada, representantes do governo brasileiro participaram de uma oficina internacional, com o objetivo de auxiliar na elaboração de plano estratégico para que o país intensifique esforços para erradicar o trabalho infantil, o trabalho forçado, o tráfico de pessoas e a escravização. A meta faz parte da Agenda 2030 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecida pelas Nações Unidas.

Em junho, o governo federal anunciou que, após 16 anos sem atualização, o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Pnete) chegará à sua terceira versão. O objetivo é renovar e aprimorar as práticas relativas à atuação de combate a esse tipo de exploração.

Com agências

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