O governo federal, sob a gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), está investigando indícios de fraude em um grande número de solicitações do Auxílio Reconstrução, destinado a ajudar vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Segundo informações divulgadas pelo Jornal Nacional e confirmadas pela Folha, mais de 300 mil pedidos estão sob suspeita, o que representa quase metade do total de requisições recebidas. Entre os casos suspeitos estão 150,6 mil solicitações feitas por pessoas que aparentemente não residem em áreas afetadas pelas enchentes.
Além disso, 152,7 mil pedidos tiveram problemas na confirmação do endereço, e 2.700 indivíduos requisitaram o benefício em mais de uma cidade. A investigação também identificou 1.262 pedidos feitos em nome de pessoas registradas como falecidas nos bancos de dados do governo federal.
O Auxílio Reconstrução, no valor de R$ 5.100 por família, foi criado para auxiliar na recuperação de residências danificadas e na reposição de bens perdidos durante as enchentes históricas que devastaram diversas cidades gaúchas.
A fiscalização rigorosa realizada pelo governo federal visa evitar fraudes e garantir que o auxílio seja direcionado corretamente às famílias necessitadas.
O ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, enfatizou que a responsabilidade inicial pela verificação dos cadastros é das prefeituras, mas ressaltou a importância do sistema de checagem rigoroso implementado pelo governo para evitar irregularidades.
Diante das suspeitas levantadas, o governo adiou o prazo para cadastramento de famílias até 26 de julho e está em alerta máximo para possíveis desdobramentos criminais caso as fraudes se confirmem.
Até o momento, 444 municípios foram reconhecidos pelo governo federal como em estado de emergência ou calamidade, elegíveis para receber o Auxílio Reconstrução. No entanto, 152 cidades ainda não cadastraram nenhum beneficiário no sistema, embora a expectativa seja ajudar até 375 mil famílias, totalizando um investimento de R$ 1,9 bilhão.
As enchentes no Rio Grande do Sul resultaram em um saldo trágico, com 182 mortos, 806 feridos e 31 desaparecidos, afetando diretamente 2,3 milhões de pessoas. Segundo pesquisa Datafolha, os impactos foram mais severos entre a população de menor renda, negra e com menor escolaridade, evidenciando perdas significativas de patrimônio e renda.
