A estatal Petroecuador declarou estado de emergência no Sistema de Oleoduto Transequatoriano (SOTE) e suspendeu as exportações de petróleo após o vazamento registrado na província de Esmeraldas (noroeste do Equador), que afeta 500.000 pessoas, segundo as autoridades.

A empresa informou que adiou as exportações de petróleo do tipo Oriente após estabelecer a figura de força maior em suas operações. Com a medida, o grupo pretende evitar sanções por eventuais descumprimentos de contratos com seus compradores.

“A declaração de emergência não será superior a 60 dias e tem como objetivo (…) destinar todos os recursos necessários para minimizar o impacto do evento de força maior nas operações de exploração, extração, transporte e comercialização de hidrocarbonetos”, afirmou a Petroecuador em um comunicado.

Na quinta-feira da semana passada aconteceu uma avaria em um oleoduto devido a um deslizamento. Dezenas de milhares de barris de petróleo vazaram e contaminaram pelo menos cinco rios, como o Esmeraldas, que segue até o Pacífico.

“Estamos falando de 500 mil pessoas (afetadas) porque temos uma comunidade hídrica” que reúne vários municípios que compartilham o abastecimento da mesma estação de tratamento de água, disse ao canal Teleamazonas Vicko Villacís, prefeito da cidade de Esmeraldas, capital da província homônima.

Vazamento de óleo no rio Esmeraldas, na província de Esmeraldas, Equador, em 14 de março de 2025.
Foto: MUNICÍPIO DE ESMERALDAS / AFP

A Petroecuador afirmou que as operações do SOTE serão reiniciadas esta semana. A empresa ainda não revelou a quantidade derramada, mas Villacís anunciou a estimativa de quase 200.000 barris.

O biólogo marinho Eduardo Rebolledo, da Universidade Católica na cidade de Esmeraldas, indicou ao canal Ecuavisa que devido à poluição “não há formas de vida na água” dos rios Caple e Viche, nos quais “flui uma mistura de petróleo com água”.

“No mundo rural de Esmeraldas, o serviço de água potável é limitado, as pessoas dependem muito dos rios, as pessoas ocupam a água dos rios”, enfatizou.

Villacis reportou que somente na capital provincial, a 100 km de onde ocorreu o vazamento, há “213.000 pessoas afetadas” e que o petróleo se estendeu através de afluentes até o rio Esmeraldas, manchando as águas do Pacífico e comunidades ribeirinhas como o balneário de Atacames.

O governo declarou emergência ambiental na província, onde há um refúgio de vida silvestre.

A estatal Petroecuador, a cargo do oleoduto, utiliza navios-tanque para recuperar o petróleo derramado no bairro de El Vergel, no povoado de Quinindé, onde seu prefeito Ronald Moreno reportou que 4.500 famílias (ao redor de 15.000 pessoas) foram afetadas.

Em 2024, o Equador explorou 475.000 barris de petróleo por dia, um dos seus principais produtos de exportação. Esse ano, vendeu 73% da produção, o que gerou 8,64 bilhões de dólares (49 bilhões de reais).

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Last Update: 19/03/2025