
Entregadores de todas as regiões do Brasil estão se mobilizando nas redes sociais para organizar um “Breque Nacional”, previsto para ocorrer nos dias 31 de março e 1 de abril, por melhores condições de trabalho.
A greve deve paralisar os serviços dos principais aplicativos de entrega do país, como iFood, Uber Flash e 99 Entrega.
“Vai ser o maior breque da história. A adesão tem sido gigantesca”, disse Nicolas Souza Santos, membro da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea) e dirigente de uma associação de Juiz de Fora (MG).
A greve tem quatro principais reivindicações:
- Estabelecer uma taxa mínima de R$ 10 por corrida;
- Aumento da remuneração por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- Limitar o uso de bicicletas a um raio máximo de três quilômetros;
- Pagamento integral de cada pedido quando várias entregas são agrupadas na mesma rota.
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Os organizadores do movimento afirmam que vão encaminhar denúncias sobre “práticas antissindicais”, como bônus e incentivos pagos pelos aplicativos para evitar que entregadores participem da paralisação.
Em comunicado enviado aos organizadores da greve, o iFood argumentou que, nos últimos três anos, já aumentou os valores do quilômetro rodado e da taxa mínima, que passou de R$ 5,31 para R$ 6,50.

A empresa também informou que já reduziu o raio de entrega para bicicletas em todo o Brasil. “Reduções adicionais poderiam resultar em uma queda na oferta para bicicletas e, consequentemente, impacto negativo nos ganhos”, disse.
Em nota enviada à coluna de Carlos Juliano Barros, do UOL, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa iFood, Uber e 99, afirmou que “respeita o direito de manifestação e informa que suas empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores”.