Nesta quarta-feira (8), o dia marca a celebração da vitória da democracia sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida há 2 anos, quando os prédios dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidos e vandalizados.
Ao longo do dia serão realizados diversos atos e o que marcou a abertura deles foi a entrega de 21 obras de arte danificadas, com a presença do presidente Lula. Entre as obras restauradas estão o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, o Relógio de mesa suíço, de Balthazar Martinot e André Boulle, e a Ânfora italiana em cerâmica esmaltada.
De acordo com o governo, mais de 50 profissionais, entre professores, alunos e técnicos da UFPel e da UnB, se dedicaram ao processo de restauração, sendo empregadas mais de 1.760 horas de trabalho, organizado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O relógio de mesa fabricado por Balthazar Martinot e André Boulle no século XVII, que pertenceu a Dom João VI, foi restaurado em cooperação com a Embaixada da Suíça. Sem custos ao Brasil, a relojoaria Audemars Piguet, criada em 1.875, cuidou do transporte e do restauro para devolver a peça recuperada.
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Já o quadro As Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti, que sofreu sete punhaladas, também foi entregue. A obra de valor inestimável é a maior do acervo presidencial e teve seu descerramento feito no 3º andar do Palácio do Planalto. Alunos de um projeto de Educação Patrimonial entregaram para o presidente Lula réplicas da ânfora e de As Mulatas.
A primeira-dama, Janja Lula da Silva, realizou uma fala na abertura do ato em que celebrou a democracia e a união de forças para impedir o golpismo no país: “2 anos após a tentativa de destruição da nossa democracia e dos prédios que simbolizam os poderes da República estamos aqui não para lamentar, mas muito menos para esquecer. Estamos aqui para celebrar e reforçar a democracia e para entregar para o povo brasileiro o seu patrimônio inteiramente restaurado. A vontade do povo brasileiro de lutar pelas liberdades democráticas junto da União e das nossas instituições impediu a perpetração de um golpe de estado há dois anos. O país não aceita mais o autoritarismo. O que aconteceu nessa Praça dos Três Poderes precisa estar na nossa memória, na memória do país como um alerta de que a democracia deve ser defendida diariamente, não importa o esforço. Memória é um antídoto contra tentações autoritárias por isso preservar o nosso patrimônio histórico é tão importante”, disse.
Por sua vez a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que a força da cultura é maior que qualquer ataque: “Cultura e arte brasileira são um tesouro inquestionável e inquebrável e é por isso que as ditaduras buscam destruir a cultura, pois ela afirma e fortalece a soberania e a alma do povo. Ninguém pode domar nem amordaçar as expressões culturais e artísticas. A dinâmica da diversidade da cultura brasileira é gigantesca e a força desses trabalhadores e trabalhadoras da cultura é incorruptível, por isso ainda estamos aqui e não vamos retroceder: ditaduras nunca mais! O trabalho de cada um de vocês é a prova dessa resiliência na nossa sociedade e o trabalho desses servidores públicos de todos os países nesse momento foi muito importante para todos nós”, afirmou.
Estiveram presentes na ocasião o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a segunda-dama do Brasil, Lu Alckmin, o presidente do Iphan, Leandro Grass, o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, o ministro do STF, Edson Fachin, o senador Veneziano Vital do Rêgo, a reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Isabela Fernandes, e a professora da UFpel Karen Velleda Caldas, dentre outras pessoas envolvidas no processo de restauração.
Confira a lista de obras restauradas:
- Relógio de mesa, de Balthazar Martinot e André Boulle
- Ânfora italiana em cerâmica esmaltada
- Escultura O Flautista, de Bruno Giorgi
- Escultura Vênus Apocalíptica Fragmentando-se, de Marta Minujín
- Quadro com a pintura Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti
- Quadro com pintura do retrato de Duque de Caxias, de Oswaldo Teixeira
- Quadro representando galhos e sombras, de Frans Krajcberg
- Quadro com a pintura Fachada Colonial Rosa com Toalha
- Quadro com a pintura Casarios, de Dario Mecatti
- Quadro com a pintura Cena de Café, de Clóvis Graciano
- Quadro com a pintura Paisagem, de Armando Viana
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Quadro com a pintura Matriz e Grade no primeiro plano, de Ivan Marquetti
- Quadro Rosas e Brancos Suspensos, de José Paulo Moreira da Fonseca
- Tela Cotstwold Town, de John Piper
- Tela de Grauben do Monte Lima
- Tela Bird, de Martin Bradley
Veja como foram os atos: