A régua básica no comportamento do cidadão brasileiro, com raríssimas exceções nos últimos 40 anos, era de contingentes do público conversador mais apático e de hostes mais progressistas, mais estrepitosas e adensadas, monopolizando  as concentrações  de rua.

Tudo mudou, todavia, após o emblemático ano de 2013 quando a classe média, exausta para com a praxis da política do conchavo e das superproduções de anúncios de bem estar da propaganda política, que não espelhavam a realidade, saiu às ruas, sem as bandeiras de partidos.

Foi um choque.

O cidadão comum passou a perceber a força das mobilizações e, graças as redes, que deu cor, voz e espaço midiático às movimentações, pouco a pouco, veio determinar mudanças de comportamento dos políticos, pela força do visor do celular.

A esquerda, despreparada para esse fenômeno, viu os seus eventos orquestrados, providos de alimentação e de palavras de ordem, serem desidratados. Restaram as agendas da diversidade e dos shows de artistas para o campo progressista

A sociologia política do país vai mudando, é fato, e não se pode mais dissociar o clamor que vem das ruas do ritmo que tomou os acontecimentos. Inimaginável até recentemente que o cidadão comum soubesse que o gasto com um banquete oficial e ou o desvio de recursos de uma emenda parlamentar são pagos com recursos dos impostos e agora, dessa ignorância anciã vem o rompimento da inércia ao cobrar dos governantes maior eficiência, mesmo que quase tudo ainda estar por ser feito.

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Last Update: 15/03/2025