O recuo de Pedro Lucas Fernandes (foto/reprodução internet) à frente do convite de Lula para o Ministério das Comunicações não é, como sugerem os eufemismos de ocasião, um ato de prudência ou elegância institucional. É cálculo — puro e simples. O que realmente está em jogo? É o equilíbrio instável de poder dentro de um partido fragmentado e a disputa regional no Maranhão, onde Fernandes e Juscelino Filho duelam não por políticas públicas, mas por controle territorial e narrativas de legado. A justificativa de que Pedro Lucas não quis “herdar” um ministério moldado por um rival — envolvido em escândalo — soa mais como temor de comparação do que zelo por integridade. Além disso, o temor de uma guerra interna na bancada do União Brasil revela a verdadeira fraqueza da base aliada do governo: ela é mantida por cargos e repasses, não por alinhamento político. O gesto de recusa, no fundo, diz mais sobre os limites de articulação de Lula do que sobre as virtudes de Fernandes.
