A Fifa, entidade máxima do futebol mundial, acionou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pediu esclarecimentos depois da contratação do técnico Carlo Ancelotti para comandar a Seleção masculina de futebol. O motivo é a publicação de notícias sobre o pagamento de uma comissão de 1,2 milhão de euros (cerca de 7,8 milhões de reais) ao empresário Diego Fernandes, apontado como intermediário na negociação.

Segundo as regras vigentes no futebol internacional, apenas agentes credenciados pela Fifa podem trabalhar nas negociações de contratos entre treinadores e jogadores com seleções e clubes. Fernandes reconhece: não tem o credenciamento. Apesar de não haver risco de a contratação ser cancelada, a CBF pode ser multada.

Na última quarta-feira 28, a Fifa acionou formalmente o diretor de Registros e Transferências da CBF, Ênio Gualberto, em documento ao qual veículos de imprensa tiveram acesso.

“Aparentemente, o Sr. Diego Fernandes, que não tem licença, prestou Serviços de Agente de Futebol à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao técnico Carlo Ancelotti, em sua transferência do Real Madrid para a Seleção Brasileira Masculina”, diz a notificação, que cita reportagens da imprensa brasileira.

O empresário foi fotografado ao lado de dirigentes da CBF e do próprio Ancelotti. Quando o treinador desembarcou no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, em 25 de maio, estava acompanhado de Fernandes.

A Fifa solicitou ainda esclarecimentos à CBF em relação à participação do empresário na assinatura do contrato, inclusive cópias de recibos de pagamentos e mensagens trocadas entre a entidade e o empresário.

Em nota oficial, a confederação, agora presidida por Samir Xaud, responsabilizou a gestão anterior, de Ednaldo Rodrigues. “Os termos que envolveram a negociação para a contratação de Carlo Ancelotti e sua comissão técnica possuem cláusulas de confidencialidade e foram elaborados pela antiga gestão da entidade. A atual gestão está avaliando a situação internamente, trabalho liderado por sua área de governança”, diz o texto.

Também em nota, Fernandes disse que atuou como “consultor” por conta do curto prazo disponível para a negociação, que não permitiria que se credenciasse como agente. Ele afirmou, ainda, que vai dar entrada no registro junto à CBF, e que só vai receber “qualquer montante referente à intermediação” após ser inscrito.

Segundo Fernandes o contrato assinado com a CBF “respeita rigorosamente todas as normativas da CBF e da FIFA, com previsão específica acerca da necessidade de cumprimento das exigências das mencionadas instituições”.

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Last Update: 30/05/2025