A internação do presidente Lula desencadeou um debate sobre a disputa eleitoral em 2026 e a sucessão presidencial. Enquanto o presidente já admitiu que suas preferências são pela não continuidade no governo, mantendo-se apenas em caso de decisão do partido, o PT, por sua vez, insiste que Lula permanecerá na disputa.

“Lula é o nosso plano A, B e C para eleições de 2026”, afirmou o secretário de Comunicação do PT, o deputado federal Jilmar Tatto, em declaração nesta terça-feira (10), quando o assunto da idade do presidente – 79 hoje e 81 em 2026 – voltou ao debate de sua sucessão.

“Lula está se recuperando bem, em boa saúde. Ele é o nosso plano A, B, C, D, F, G e H… É o nosso candidato [à Presidência] em 2026. Ninguém discute isso no PT. Desejo uma pronta recuperação”, disse Tatto, ao colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

A fala do secretário de Comunicação também resume os anseios de ala do PT que resistem ou se opõem às opções alternativas atuais, entre elas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Haddad, que já disputou a Presidência em 2018 contra Jair Bolsonaro, é visto como um carta que não garante votos suficientes.

Naquele ano, contudo, Haddad recebeu 44,87% dos votos válidos no segundo turno. A vitória de Bolsonaro foi com pequena margem de diferença. Considerando, ainda, que a disputa de Haddad contou com menor tempo de campanha política – àquela altura, boa parte dos brasileiros fora do eixo Sudeste do país sequer conhecia Haddad e, ainda assim, conquistou um boa transferência de votos de Lula, o possível sucessor continua sendo uma aposta do próprio presidente.

Lula escolheu Haddad para o substituir nas eleições 2018, quando o presidente foi impedido de se candidatar em setembro daquele ano, a um mês da votação, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A escolha do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação dos antigos mandatos de Lula e Dilma entre 2005 e 2012, para assumir, novamente, em 2023 a pasta que é um dos maiores obstáculos do seu novo governo, a Economia, foi para Lula a estratégia de prepará-lo na sucessão presidencial.

E esse objetivo ainda permanece. Internamente, o presidente chegou a colocar Haddad, nos últimos meses, para tomar decisões, tomar a frente de articulações junto ao Congresso e, agora com o seu afastamento por repouso médico, assinar portarias federais.

Nesta semana, por exemplo, a atuação de Haddad foi intensificada. Enquanto o vice-presidente, Geraldo Alckmin, assumiu compromissos diplomáticos e protocolares, Haddad foi colocado a articular matérias de peso do governo.

Ele se encontrou com líderes do Senado, na residência oficial do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para viabilizar o andamento de propostas do governo no Congresso. Ao mesmo tempo, Haddad assinou a portaria que libera emendas parlamentares que haviam sido bloqueadas, e que foi um dos pedidos dos parlamentares para destravar as votações do governo.

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Last Update: 11/12/2024