O Brasil chegou a 200 milhões de pessoas com algum tipo de relacionamento com o sistema financeiro.

Apesar disso, 76,1% da população está endividada.

Esse cenário levanta dúvidas sobre o real alcance da inclusão financeira e força uma reavaliação por parte do governo e dos bancos.

Segundo a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), a prioridade precisa ir além do acesso: é necessário investir na educação financeira dos brasileiros.

O alerta foi feito ao G20 em fevereiro e reacendeu o debate sobre o papel das instituições financeiras na prevenção da inadimplência.

Banco Central determina ações obrigatórias de orientação financeira

Em 2023, o Banco Central publicou a Resolução Conjunta nº 8.

O texto obriga bancos e demais instituições financeiras a implementarem iniciativas voltadas à educação financeira.

Entre os objetivos estão melhorar a tomada de decisão do consumidor e fortalecer o relacionamento com os clientes.

Essas ações devem ser acessíveis e envolver temas como planejamento financeiro, uso responsável do crédito e construção de reservas de emergência.

Especialistas defendem nova postura dos bancos

Para Enrique Ramos O’Reilly, presidente da Moneythor nas Américas, apenas abrir uma conta não garante a inclusão financeira.

Segundo ele, os bancos precisam atuar como orientadores, aproveitando os dados que já têm sobre os hábitos dos clientes.

“O banco deve ajudar antes que a dívida se forme. Isso é possível com tecnologia, dados e inteligência artificial”, afirma.

Estresse financeiro afeta saúde física e mental

Estudos recentes mostram que o endividamento afeta mais do que o orçamento.

Entre os entrevistados com dívidas em atraso, 82% relataram impactos negativos na saúde mental ou física.

A preocupação com a estabilidade financeira se tornou uma das principais angústias da população.

Nesse contexto, os bancos são desafiados a oferecer mais do que crédito: precisam construir relações de apoio contínuo com seus clientes.

Personalização vira demanda entre usuários de serviços financeiros

Sete em cada dez transações bancárias no Brasil são feitas pelo celular.

Entre os consumidores latino-americanos, 53% esperam ofertas personalizadas e 62% desejam que as empresas antecipem suas necessidades.

A hiperpersonalização passou a ser uma exigência.

Para Enrique, os apps bancários estão na posição ideal para entregar esse novo padrão de relacionamento.

Plataforma usa IA para promover bem-estar financeiro

A Moneythor lançou recentemente na América Latina a plataforma Empower.

A solução oferece ferramentas para que os bancos auxiliem seus clientes na gestão de gastos e organização financeira.

A plataforma inclui dicas personalizadas, sugestões de orçamento e incentivos gamificados para estimular hábitos saudáveis.

Segundo Enrique, a proposta é transformar o banco em um parceiro próximo e acessível.

Com isso, é possível reduzir inadimplência, fortalecer o vínculo com o cliente e estabelecer um novo padrão de inclusão financeira.

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Last Update: 17/05/2025