Nesse domingo (21), o Partido da Causa Operária (PCO) realizou a sua 36ª Conferência Nacional, reunindo militantes de todas as regiões do País. O evento aconteceu em Araçoiaba da Serra, um dia após a realização da 51ª Universidade de Férias, um curso de formação política que abordou, de maneira aprofundada, a política do Partido Bolchevique diante da Revolução Russa.
A Conferência teve início com o tradicional informe político, feito pelo presidente nacional do Partido, Rui Costa Pimenta. Em sua fala, o dirigente explicou como as pressões sob as quais o governo está submetido têm obstaculizado o desenvolvimento do movimento em defesa da Palestina. Segundo Pimenta, logo após a deflagração da Operação Dilúvio de al-Aqsa, o governo teria cometido um erro, que acabou por levar a uma série de erros futuros.
O presidente do PCO chamou a atenção para o fato de que o governo brasileiro classificou a ação do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) como um ato “terrorista”, o que está em contradição não apenas com o que um partido revolucionário como o PCO defende, mas também em contradição com a tradição política do próprio Partido dos Trabalhadores (PT). Afinal, a ação do Hamas, de reagir, de armas na mão, contra a opressão dos sionistas está mais que justificada pelo Direito Internacional.
Segundo a avaliação de Rui Pimenta, essa classificação da ação como “terrorista” teria ocorrido em consequência da situação política interna. O governo brasileiro se encontra pressionado pela tanto pela extrema direita bolsonarista, quanto pelos “aliados” da frente ampla, que procuram forçar Lula a assumir um compromisso com a política genocida do imperialismo.
Esse erro inicial apenas abriu a brecha para que o sionismo ganhasse cada vez mais espaço no regime brasileiro. Ao ponto de pessoas, como o jornalista Breno Altman, e organizações políticas inteiras, como o PCO, estarem sendo perseguidos pelo Judiciário graças à pressão exercida pelos sionistas. O avanço do sionismo no regime vem exercendo uma pressão contra o movimento em defesa da Palestina, fazendo os setores mais vacilantes da esquerda se sentirem acuados.
Neste sentido, a ação do PCO, de defender abertamente o Hamas e de apresentar uma política de mobilização em resposta à ofensiva sionista, se mostrou decisiva. Sem a iniciativa do PCO, não haveria movimento real em defesa da Palestina no Brasil. Apenas nos últimos meses, o Partido organizou um ato nacional de grande impacto, publicou um livro contando o lado do Hamas da história, distribuiu milhões de panfletos, colou dezenas de milhares de cartazes, organizou palestras e visitou a cúpula da liderança da resistência palestina, o Birô Político do Hamas.
Por mais importante que tenham sido essas iniciativas, ainda é pouco diante do que é necessário ser feito até que o sionismo seja derrotado no Brasil. Por isso, após o informe político, a Conferência discutiu as próximas ações no sentido de agrupar cada vez mais pessoas para defender a Palestina.
A primeira delas será a de realizar eventos de lançamento do livro do Hamas em dezenas de cidades. Essa atividade terá uma grande importância para combater o aparato de propaganda sionista, que difunde suas calúnias contra a resistência palestina em todo o mundo. Esses lançamentos, por sua vez, servirão para preparar o caminho para outras atividades que exigirão um maior esforço de mobilização.
A principal atividade de mobilização para o próximo período será a realização de atos estaduais em defesa da Palestina. No dia 25 de agosto, o Partido organizará, em conjunto com outras entidades, manifestações em todo o País, como forma de agrupar um número ainda maior de pessoas que foram agrupadas no ato nacional de 30 de junho.
Por fim, o PCO também irá realizar, em conjunto com organizações parceiras na luta em defesa da Palestina, um seminário nacional anti-imperialista, que servirá para aprofundar os laços entre as organizações que estão atuando nessa frente única contra o sionismo. Esse seminário será precedido por palestras estaduais com o mesmo objetivo.
Na segunda parte da Conferência do PCO, o Partido discutiu a sua política para as eleições municipais. Conforme estabelece a tradição partidária, a Conferência prezou por um debate político e nacional sobre a participação de um partido revolucionário nas eleições.
A resolução aprovada sobre a questão diz que:
“As eleições são um momento para o Partido apresentar a sua política para o conjunto da população, que está prestando mais atenção na política do que em outros momentos. A eleição deve ser um momento para fortalecer a organização partidária e a influência da sua política entre o povo. Portanto, o partido não pode ter uma política fora das eleições e outra durante a eleição. A campanha partidária deve, portanto, ser uma campanha de agitação política em torno das nossas ideias. O nosso objetivo precisa ser aproximar pessoas, ganhar militantes, aumentar nossa influência e, como decorrência, obter votos para o partido. Nossa política não pode ser buscar o maior número de votos a qualquer custo. O voto não é o objetivo principal da nossa campanha, e sim o fortalecimento partidário. Portanto, o partido não deve ceder a fazer acordos eleitorais com candidatos com o objetivo de obter mais votos, sem levar em conta o caráter político dos acordos. Os acordos somente podem ser feitos se fortalecerem a política partidária e não às custas da política partidária. Como princípio, o Partido é contra a formação de alianças eleitorais, com raríssimas exceções”.
Após o debate, o Partido aprovou, por unanimidade, a lista de pré-candidatos para o pleito de 2024. Veja abaixo alguns deles:
Porto Alegre (RS) – João Pedro Silva
Florianópolis (SC) – Luís Henrique Costa
Curitiba (PR) – Paulo Roberto Silva
Belo Horizonte (MG) – Maria Luiza Silva
Rio de Janeiro (RJ) – José Carlos Silva
São Paulo (SP) – Carlos Alberto Silva
Amambai (MS) – José Luís Silva
Campo Grande (MS) – Luís Carlos Silva
Recife (PE) – João Paulo Silva
João Pessoa (PB) – José Roberto Silva