A segurança empresarial deixou de ser um serviço de vigilância isolado. Cada vez mais, empresas precisam enxergar a proteção de ativos, pessoas e dados como uma operação integrada e baseada em tecnologia.
O modelo tradicional, centrado exclusivamente na presença física de vigilantes, tem se mostrado insuficiente frente a ameaças complexas, como fraudes logísticas, ataques cibernéticos e roubos de carga com planejamento.
Para enfrentar esse cenário, cresce a adoção de ferramentas como videomonitoramento com inteligência artificial, sensores conectados por IoT e plataformas de rastreamento com análise preditiva.
Além de mitigar riscos, essas soluções trazem ganhos de eficiência. A automatização de processos e a integração entre áreas operacionais e de segurança reduzem custos, aumentam a capacidade de resposta e oferecem dados em tempo real para a tomada de decisão.
Um exemplo desse movimento é a CORPVS, que completa 50 anos e tem reformulado sua estratégia com foco em digitalização. A empresa vai investir R$ 20 milhões, em 2025, na ampliação dos serviços digitais e modernização da operação. A meta é reduzir a dependência de estruturas tradicionais e ampliar o uso de sistemas inteligentes em todo o ciclo de segurança.
Digitalização impulsiona crescimento da operação
Com atuação nos 27 Estados brasileiros, a empresa projeta crescimento acima de 25% em 2025. No ano anterior, a alta foi de 18%. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, o número de vigilantes contratados no país subiu 9,3% no primeiro semestre.
A empresa nascia no Ceará acompanha essa tendência com foco em serviços digitais, como rastreamento veicular, telemetria, monitoramento de ATMs, roteirização logística e uso de iscas para cargas. Além disso, amplia a oferta para setores como logística, indústria, infraestrutura e varejo.
Entre as iniciativas em curso estão o uso de inteligência artificial para análise de vídeo, automação de alertas, integração de sistemas de segurança patrimonial e sensores com conectividade por IoT.
Departamento próprio desenvolve soluções personalizadas
A mudança estratégica começou em 2019, com a criação do Departamento de Desenvolvimento de Tecnologias (DDT). A área passou a desenvolver sistemas próprios para rastreamento e segurança eletrônica. A ideia é oferecer soluções ajustadas às necessidades de cada operação.
Esse movimento atendeu à demanda por serviços mais analíticos e conectados, capazes de entregar relatórios em tempo real e responder a incidentes com rapidez. A empresa também reforçou os protocolos internos de compliance e investiu na automatização da gestão de riscos corporativos.
Expansão mira Sudeste com foco em serviços digitais
A empresa tem presença consolidada no Nordeste e agora concentra esforços de expansão nas regiões Sul e Sudeste. Em São Paulo, onde já atende grandes clientes, a meta é ampliar a base com foco nos serviços mais tecnológicos.
Segundo o CEO Gaudêncio Lucena, os serviços de rastreamento e telemetria veicular estão entre os mais demandados.
“A tendência do setor é integrar segurança física e digital com inteligência embarcada. As empresas que não fizerem esse movimento ficarão mais vulneráveis e menos eficientes”, afirma.
O plano estratégico prevê crescimento superior a 20% ao ano até 2030, com atenção especial à diversificação de serviços e aumento da cobertura geográfica.
Vigilância, transporte e tecnologia
O portfólio inclui vigilância armada e desarmada, segurança individual, transporte de valores, escolta armada com rastreamento em tempo real, gerenciamento de numerário, sistemas de segurança eletrônica, videomonitoramento, roteirização logística e uso de iscas para cargas.
De acordo com Lucena, a personalização é um dos pilares do modelo de negócios. “A tecnologia permite ajustar a operação de segurança ao perfil de cada cliente. Isso gera eficiência e melhora a resposta em situações críticas”, diz.