O uso de memes deixou de ser exclusivo do ambiente B2C.
Cada vez mais, empresas estão aplicando esse tipo de conteúdo no mercado B2B.
Segundo Carolina Lima, diretora de social media da 8D Hubify, a estratégia pode fortalecer a conexão com o público.
No entanto, ela destaca que isso deve ser feito com planejamento e critério.
Embora o relacionamento entre empresas envolva estruturas formais, a comunicação ocorre entre pessoas.
Por isso, a humanização da linguagem se torna uma ferramenta relevante, inclusive em ambientes corporativos.
Além disso, redes como LinkedIn, Instagram e até e-mails são canais viáveis para essa abordagem.
Humor pode fortalecer vínculo com o público
Para Carolina, memes que retratam situações reais da equipe ou do universo do cliente tornam a comunicação mais próxima.
Essa leveza ajuda a criar empatia e engajamento.
Contudo, o conteúdo precisa estar alinhado à identidade da marca e ao perfil do público.
Ela lembra que o estilo de humor varia entre gerações.
O que funciona com millennials, por exemplo, pode não ter o mesmo efeito com a geração Z.
Portanto, entender quem consome o conteúdo é etapa indispensável.
Erros comuns envolvem contexto, origem e direitos autorais
Entre os principais erros está o uso de memes sem checar a origem ou o significado.
Carolina explica que conteúdos com sentido ambíguo ou histórico polêmico podem gerar interpretações negativas.
Dessa forma, ela recomenda pesquisar a fundo o meme antes da publicação.
Além disso, testar com colegas e buscar feedbacks ajuda a evitar problemas de percepção.
Outro ponto de atenção é o uso de elementos com direitos autorais.
Imagens, áudios e até frases podem ter um proprietário legal.
Segundo Carolina, usar esse material sem permissão pode gerar processos judiciais.
Por isso, o ideal é buscar fontes autorizadas, dar os devidos créditos ou criar conteúdos próprios.
Na dúvida, consultar o setor jurídico da empresa é sempre uma escolha segura.
Tendências nem sempre significam oportunidade
Participar de uma tendência apenas pela popularidade pode ser um erro estratégico.
Carolina alerta que isso pode tornar o conteúdo forçado ou desconectado da marca.
Além disso, é necessário avaliar se o meme reflete o tom da comunicação da empresa.
Algumas marcas conseguem adaptar o humor com naturalidade.
Outras, com posicionamento mais sofisticado, podem parecer deslocadas nesse tipo de abordagem.
Por isso, entender o contexto e a expectativa do público é essencial para garantir coerência.
Casos mostram aplicação eficiente dos memes no B2B
No Brasil, a RD Station se destaca como exemplo de uso bem-sucedido de memes em estratégias B2B.
A empresa consegue aplicar humor para gerar identificação com o público.
Marcas internacionais como Salesforce, Slack, Hubspot e Atlassian também apostam nessa linguagem.
Nesses casos, os memes servem para explicar conceitos técnicos de forma acessível e conectar a audiência com o produto.
Contudo, Carolina reforça que a chave está em questionar se o conteúdo faz sentido para o público e se será bem interpretado.
Segundo ela, é melhor recuar de uma tendência do que comprometer a autenticidade da marca.