O avanço da transformação digital no Brasil tem exigido das empresas um novo olhar sobre como inovar. Segundo o Índice de Transformação Digital Brasil 2024, produzido pela PwC e pela Fundação Dom Cabral, a maturidade digital das companhias brasileiras subiu para 3,7 pontos no ano passado. O resultado mostra evolução frente aos 3,3 pontos de 2023, mas ainda revela obstáculos relevantes em alguns setores.
Nesse contexto, a cofundadora da Tech do Bem, Mariana Kobayashi, defende que a inovação deve ser direcionada para resolver problemas reais. Para ela, tecnologia, propósito e impacto social precisam caminhar juntos para gerar transformação sustentável.
Inteligência artificial precisa ser acessível
Um dos pilares destacados por Mariana é a democratização da inteligência artificial. A executiva afirma que, com orientação e acesso, jovens de periferia são capazes de criar soluções com ferramentas como IA, low code e no code.
Ela ressalta a importância de garantir que a inteligência artificial seja usada com responsabilidade. “A tecnologia precisa ser transparente, acessível e aplicada para resolver problemas concretos, sem ampliar desigualdades”, afirma.
Inclusão digital como estratégia de crescimento
A inclusão digital também aparece como pilar estratégico. Mariana argumenta que ampliar o acesso à tecnologia não é apenas uma ação social, mas uma decisão de negócios.
Segundo ela, quando se oferece oportunidade e estrutura, o talento aparece em diferentes territórios. Os cursos de fluência em IA e os hackathons promovidos pela Tech do Bem são exemplos de como isso pode acontecer na prática.
Aprendizado contínuo deve ser prioridade
Outro eixo destacado por Mariana é a aprendizagem ativa. Ela defende que as empresas devem criar ambientes permanentes de capacitação. A metodologia aplicada pela Tech do Bem prioriza a prática em projetos que conectam teoria à resolução de problemas reais.
Essa lógica, segundo Mariana, vale para todos os setores — da indústria à educação. “O profissional do futuro não vai chegar pronto. É preciso investir em aprendizado constante”, explica.
Colaboração amplia o alcance da inovação
Além disso, a cultura de colaboração é apontada como peça-chave. Mariana ressalta que soluções de impacto surgem quando diferentes atores se reúnem para cocriar. A Tech do Bem costuma promover eventos que reúnem estudantes, professores, ONGs e empresas em torno de desafios sociais.
Nesse processo, empatia e escuta ativa são elementos centrais. Para ela, a tecnologia precisa considerar as realidades de quem vai utilizá-la.
Propósito impulsiona resultados concretos
Por fim, Mariana afirma que empresas bem-sucedidas são aquelas que sabem por que existem. Ela defende que o propósito é um motor real de inovação.
Ao alinhar tecnologia com missão social, produtos e serviços ganham relevância para o mercado e para a sociedade. “Inovação que não melhora a vida das pessoas é só vaidade tecnológica”, conclui.