O crescimento do uso de computação em nuvem tem impulsionado empresas a buscar estratégias para evitar desperdícios e otimizar investimentos. No Brasil, o mercado de serviços de nuvem pública deve crescer 35% em 2024, movimentando R$ 11,5 bilhões, segundo a IDC.
Apesar da expansão, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para controlar gastos e garantir previsibilidade financeira. “A adoção da nuvem traz flexibilidade e escalabilidade, mas, sem uma gestão eficiente, os custos podem se tornar imprevisíveis”, afirma Audreyn Justus, da Solo Network.
Gestão financeira na nuvem exige governança
A governança de custos na nuvem se tornou essencial para garantir o uso eficiente dos recursos. Para a Gartner, “esse processo faz parte de um ciclo contínuo, permitindo gerenciar o que a empresa investe e sua aplicação na resolução de problemas de negócio”.
Justus destaca que “o controle financeiro na nuvem envolve gestão financeira em TI, monitoramento de custos e demonstração do valor comercial para a organização”.
FinOps permitem mais previsibilidade
Para começar, FinOps é a disciplina que combina práticas operacionais e culturais. Seu objetivo é maximizar o valor comercial gerado por serviços digitais, como a computação em nuvem e o Software as a Service. É uma combinação das palavras “Finanças” e “DevOps”.
A adoção de FinOps tem sido uma das soluções para aprimorar a gestão financeira na nuvem. “FinOps não significa apenas reduzir custos, mas garantir visibilidade, controle e previsibilidade dos investimentos”, afirma Justus.
Para isso, o primeiro passo é ter uma visão detalhada dos gastos. No Brasil, muitas empresas encontram dificuldades nesse controle. “A fragmentação de dados e a falta de ferramentas especializadas dificultam essa análise”, explica Justus.
Plataformas como AWS Cost Explorer e Azure Cost Management podem ajudar nesse processo. “Essas ferramentas permitem visualizar padrões de uso e identificar oportunidades de otimização”, complementa Justus.
Definição de políticas reduz riscos
Além da visibilidade, a implementação de políticas e processos é necessária para evitar custos desnecessários. “A criação de limites de orçamento e alertas para gastos fora do padrão ajuda a evitar surpresas financeiras”, destaca Justus.
O cenário econômico brasileiro reforça a importância dessa abordagem. “Com a volatilidade do câmbio, empresas precisam manter um controle mais rígido sobre os custos operacionais para evitar impactos inesperados”, acrescenta.
Automação reduz desperdícios
A automação tem sido uma aliada na governança de custos. “Empresas podem adotar soluções que desligam instâncias ociosas ou ajustam os recursos conforme a demanda”, explica Justus. Essas medidas evitam desperdícios e melhoram a eficiência operacional.
No Brasil, onde há escassez de profissionais especializados em TI, a automação reduz a carga de trabalho e otimiza a gestão financeira. “A implementação de processos automatizados garante um uso mais eficiente dos recursos sem aumentar a demanda sobre as equipes”, afirma Justus.
Acompanhamento contínuo melhora a gestão
A previsibilidade financeira é um dos principais desafios para empresas que utilizam a nuvem. “Ferramentas de previsão de custos e análise de tendências ajudam a planejar gastos e evitar imprevistos”, explica Justus.
A governança de custos também exige monitoramento constante. “Relatórios periódicos e auditorias internas ajudam a identificar desvios e implementar ajustes rapidamente”, destaca Justus.
Comparar práticas com outras empresas do setor pode ser útil. “O benchmarking permite avaliar a eficiência dos gastos e identificar estratégias que podem ser aplicadas para otimizar investimentos”, finaliza Justus.