Empresas investigadas em esquema de comercialização de dados sigilosos extraídos da Receita Federal e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) admitiram à Polícia Federal que compraram relatórios com informações sigilosas de concorrentes.
Segundo o Estadão, empresas como Portobello, Vicunha e a Noja Power admitiram que pagaram entre R$ 650 e R$ 3 mil pelos dados sigilosos. Cerca de 30 companhias admitiram fazer uso da prática criminosa para tentar buscar uma multa menor no caso.
As companhias conheciam “todos os movimentos das empresas importadoras e exportadoras, estudar seus concorrentes, diagnosticar oportunidades e possíveis ameaças, bem como determinar se uma importação ou exportação de um produto ainda é rentável”, segundo relatório da Polícia Federal.
As empresas envolvidas no esquema têm faturamentos bilionários. Como a Portobello, que tem lucro anual de R$ 2,2 bilhões, e a Viscunha Serviços, ligada ao grupo têxtil Vicunha, da família Steinbruch, que tem faturamento anual de R$ 2,5 bilhões.
A Dufrio, rede de comércio de refrigeração que possui cerca de 30 lojas e um faturamento de R$ 2 bilhões, e a Timbro, que tem faturamento de R$ 10 bilhões, decidiram confessar e antecipar o julgamento para buscar atenuantes de pena.
Há ainda cerca de 20 outros processos em andamento e a lista de investigados ainda inclui conglomerados nacionais e estrangeiros, como Braskem e a multinacional europeia Louis Dreyfus. A PF aponta que as companhias sabiam que as informações eram sigilosas e que as aquisições podem ter contribuído com o pagamento de propina aos servidores responsáveis pelos vazamentos dos dados.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line