Como esperado, o Banco Central elevou nesta quarta-feira em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia, aumentando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão foi unânime, ou seja, os 9 diretores votaram nesse sentido. Essa foi a primeira reunião do Conselho, com Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central. A decisão foi justificada pela aceleração da inflação corrente e pela deterioração das expectativas futuras, atribuída à perda de credibilidade da política fiscal.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe (foto/reprodução internet), reconhece a importância do controle da inflação para a estabilidade econômica. Entretanto, ele manifesta grande preocupação com os impactos negativos do aumento dos juros. Nessa direção, Roscoe observa que “a elevação da Selic a níveis tão altos tende a restringir os investimentos produtivos, aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade da indústria brasileira e mineira, especialmente em um contexto em que o ‘custo Brasil’ já é excessivamente alto, com gargalos logísticos, carga tributária elevada e crédito caro”.
O empresário acrescenta que a medida pode agravar a já esperada desaceleração econômica, prejudicando a geração de empregos, a renda das famílias e a própria arrecadação do governo. Flávio Roscoe aponta também que a taxa básica de juros em patamares tão elevados compromete as empresas que contraíram empréstimos bancários durante a pandemia para mitigar os efeitos econômicos da crise. Isso eleva significativamente o custo financeiro das empresas, que enfrentam maiores despesas com empréstimos e capital de giro, e encarece os produtos finais, gerando pressão inflacionária, justamente o que a política monetária busca conter.