Num movimento que expõe o desconforto do empresariado com o rumo das contas públicas, cinco das maiores confederações patronais — CNI, CNC, CNT, CNSeg e CNF — entregaram ao presidente Lula (foto/reprodução internet), quando ele ainda estava em Paris, um pacote de ajuste de R$ 100 bilhões que combina cortes de gastos sociais e novas fontes de receita. O documento, mantido em sigilo até esta quinta-feira (12), propõe limitar em R$ 24 mil anuais a dedução de despesas médicas no IRPF, tributar apostas virtuais e serviços digitais estrangeiros em 15% e reabrir programas de atualização patrimonial. No lado do corte, sugere contingenciar mais verbas discricionárias e desvincular o salário-mínimo do piso do INSS, do BPC e de abonos, medidas que poupariam R$ 18,9 bi em 2025 e outros R$ 49,4 bi em 2026. Ao mirar benefícios indexados ao mínimo, o setor privado tenta sinalizar compromisso fiscal sem mexer em subsídios empresariais, colocando no centro do debate a pressão distributiva do novo arcabouço.
