Os recentes dados sobre o desemprego no Brasil, divulgados pelo IBGE, indicam grandes avanços no mercado de trabalho, mas, em igual clareza, expõem as limitações estruturais do país. A taxa de desocupação de 6,2% é a menor da série histórica para o mês, e o rendimento médio bateu recorde, alcançando R$ 3.457. Embora o emprego com carteira assinada tenha batido recorde, cerca de 39,3 milhões de brasileiros seguem na informalidade, o equivalente a mais de um terço da força de trabalho. Além disso, um quarto dos ocupados atua por conta própria.
O presidente Lula (foto/reprodução internet) pode comemorar os indicadores, que, sim, são positivos. Porém, não deve ignorar o fato de que boa parte da recuperação se apoia em um modelo precário, de baixa proteção social e renda limitada, características potencializadas pela reforma trabalhista de 2017. Infelizmente, em termos de quantidade, o país avança. Em qualidade, porém, o mercado de trabalho ainda caminha devagar.