A Estônia acaba de inaugurar um ponto móvel do programa e-Residency em São Paulo, facilitando o acesso de brasileiros à identidade digital que permite abrir e gerenciar empresas dentro da União Europeia, sem sair do Brasil.
O País ocupa atualmente a 21ª posição no ranking mundial de adesão ao programa, entre mais de 185 nações. Em apenas três meses, subiu para a 11ª colocação em novos registros e mantém a liderança na América Latina, com quase 1.500 e-residents e mais de 400 empresas fundadas a partir da iniciativa.
A nova estrutura foi anunciada durante o Web Summit Rio 2025 por Guillermo Chávez, responsável pelos mercados de língua portuguesa e espanhola do e-Residency. Buenos Aires também recebeu um ponto móvel, tornando as duas cidades as únicas da América do Sul com esse serviço.
E-residents superam nascimentos na Estônia
O crescimento do programa é tão acelerado que a adesão anual de e-residents já supera a taxa de natalidade da própria Estônia.
Segundo Liina Vahtras, diretora-executiva do programa, o avanço no Brasil se deve à postura inovadora e empreendedora dos brasileiros. “Eles fortalecem nossa economia digital e conectam a Estônia a centros globais de tecnologia”, afirma.
Além do impacto fiscal, a presença de empreendedores internacionais colabora com o ambiente de negócios estoniano e com a expansão das empresas locais.
Estônia amplia presença no Brasil e atrai empreendedores com identidade digital
Expansão com menos burocracia
Entre os brasileiros que aderiram ao e-Residency está Rodrigo Almeida, fundador da 011 House. Ele criou uma empresa audiovisual com atuação no Brasil e na Europa. “O e-Residency facilitou minha entrada no mercado europeu de forma extremamente rápida e eficiente”, explica.
Almeida relata que, em um fim de semana, conseguiu registrar a empresa na Estônia e começar a emitir faturas em euro a partir de Madri. “Toda a gestão é feita digitalmente, o que elimina a burocracia e torna tudo mais ágil”, completa.
Estônia atrai unicórnios
Com políticas voltadas à digitalização e ao empreendedorismo, a Estônia se tornou referência global em governo eletrônico e ambiente de negócios. Enquanto o Brasil registra cerca de 85 startups por milhão de habitantes, a Estônia ultrapassa 1.100. Essa densidade fez do país o maior gerador de unicórnios per capita da Europa.
Entre as startups de destaque estão Skype, Wise, Bolt, Playtech e Veriff. Esta última anunciou investimento de 17 milhões de reais no Brasil, com a abertura de seu primeiro escritório na América Latina, localizado em São Paulo.
Sistema atrai empreendedores globais
A Estônia oferece todos os serviços públicos de forma digital, incluindo registro de empresas, votação online, casamentos e até divórcios. O país lidera o Índice de Competitividade Tributária da OCDE há 11 anos consecutivos.
A identidade digital do e-Residency garante acesso a esse ecossistema e permite abrir uma empresa na União Europeia em poucos dias, com assinatura eletrônica qualificada, conta bancária e regime tributário competitivo.
Programa já ultrapassa 270 milhões de euros
Desde seu lançamento, em dezembro de 2014, o e-Residency já atraiu mais de 124 mil pessoas de 175 países, que abriram cerca de 34,6 mil empresas na Estônia.
Além da arrecadação direta de mais de 274 milhões de euros em taxas e impostos, o programa impulsiona a economia digital e internacionaliza os negócios locais.
Com a nova estrutura móvel em São Paulo, o país avança ainda mais na atração de empreendedores brasileiros interessados em atuar no mercado europeu.
