Estudo da FGV revela que pequenos negócios fecharam 2024 com maior ganho da série histórica, impulsionados por crédito e capacitação

No Brasil, o empreendedorismo deixou de ser uma alternativa e passou a representar um caminho legítimo de ascensão econômica, como confirmam dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (25). Os números apontam que os pequenos negócios encerraram 2024 com o maior lucro da série histórica. O avanço revela mudanças estruturais no mercado de trabalho e sinaliza o impacto de políticas públicas.

O pesquisador da FGV Social e responsável pelo estudo, Marcelo Neri, analisa que o empreendedorismo já é parte integrante da paisagem do ambiente profissional brasileiro, com resultados cada vez melhores. “A gente, quando olha as séries, vê que o lucro do pequeno negócio está subindo. Nunca foi tão alto quanto no final de 2024, que é o último ponto da série”.

Neri também destacou a estabilidade desse cenário. Segundo ele, “não apenas as fotografias, mas as trajetórias individuais do trabalhador em geral, e do empreendedor em particular, apresentaram a menor probabilidade de regressão da série histórica.”

Para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, os números refletem o que já se observa nas ruas. “A integração entre programas sociais e o incentivo ao empreendedorismo formam uma combinação poderosa para impulsionar a economia e reduzir desigualdades. Como mostra a FGV, o pequeno negócio nunca lucrou tanto, gerando renda e oportunidades”.

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Programa Acredita no Primeiro Passo

Os bons resultados surgem em um contexto em que o emprego formal já não é mais a única via de estabilidade. A carteira assinada agora divide espaço com MEIs e pequenos empreendimentos, muitos deles alavancados por programas como o Acredita no Primeiro Passo, uma das apostas do governo Lula para promover a inclusão produtiva de quem está no Cadastro Único.

Com crédito facilitado, cursos de capacitação e acompanhamento técnico, a iniciativa movimentou R$ 726,42 milhões até fevereiro de 2025, em mais de 87 mil operações. Só o Banco do Nordeste respondeu por 86 mil contratos e R$ 720,8 milhões. O alcance vai além: também participaram o Banco da Amazônia, agências de fomento estaduais e organizações sociais que atuam em territórios vulneráveis.

“Quando políticas públicas capacitam e incentivam quem busca seu sustento por conta própria, criamos um ciclo virtuoso: mais trabalhadores informais se formalizam, mais talentos se realizam, e o país cresce com justiça social”, explicou Wellington Dias.

Marcelo Neri concorda que o sucesso do empreendedorismo depende da continuidade de programas que investem em microcrédito e qualificação profissional. E faz um alerta: é preciso também olhar para o meio da pirâmide social. “Eu diria que talvez esse seja o grande desafio […] incentivar a inserção produtiva da chamada Classe C, que também esteve em alta em 2024.”

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Prêmio Nacional de Inclusão Socioeconômica

A força dessa virada será celebrada no próximo dia 29 de abril, em Brasília, com a entrega do Prêmio Nacional de Inclusão Socioeconômica. A cerimônia vai reconhecer projetos que ajudam a transformar a realidade de brasileiros em situação de vulnerabilidade.

Serão contempladas iniciativas em três categorias: Inserção no Mercado de Trabalho, Empreendedorismo e Fomento, e Combate à Desigualdade. Entre os critérios, serão considerados indicadores como geração de vagas, taxas de formalização, renda média e acesso a direitos trabalhistas.

Também haverá menções honrosas a organizações da sociedade civil que atuam em parceria com o Acredita no Primeiro Passo e têm contribuído para tornar o Brasil um país onde crescer seja, de fato, um direito de todos.

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Last Update: 27/04/2025