Com o custo de vida em alta, juros elevados e salários estagnados, muitos profissionais têm buscado aumentar a renda com mais horas de trabalho.

No entanto, especialistas defendem um caminho mais estratégico. O chamado skill stacking, ou empilhamento de habilidades, consiste em combinar competências de áreas distintas para aumentar o valor profissional.

Segundo Nikolaz Foucaud, diretor-geral da plataforma Coursera, essa abordagem pode elevar o potencial de ganhos.

“Ser o melhor em uma única habilidade é difícil. Mas, estar entre os 10% melhores em duas áreas distintas já posiciona a pessoa entre os 1% mais valorizados na interseção dessas competências”, afirma.

Estratégia depende de três eixos principais

Para gerar impacto real, o empilhamento de habilidades deve combinar três frentes: conhecimento técnico, competências interpessoais e domínio setorial.

Entre as habilidades técnicas, estão exemplos como programação, análise de dados e modelagem de sistemas.

Já as competências humanas envolvem comunicação, empatia, escuta ativa, negociação e colaboração entre equipes.

Por fim, o terceiro pilar é o conhecimento sobre setores específicos, como saúde, educação, mobilidade urbana ou hospitalidade.

Prática e aplicação fazem a diferença

Embora o aprendizado seja essencial, os resultados surgem da aplicação prática.

Foucaud cita o exemplo de um campeão mundial de lançamento de dardo que aprendeu a técnica assistindo a vídeos no YouTube.

O diferencial, segundo ele, não foi o conteúdo em si, mas a consistência com que o conhecimento foi colocado em prática.

Portanto, mais do que acumular cursos, o profissional precisa aplicar o que aprendeu de forma integrada.

Perfil híbrido se torna mais competitivo

O conceito vale para diferentes áreas e perfis. Um gestor de redes sociais com experiência em hospitalidade, fluente em espanhol e com habilidades de relacionamento, por exemplo, pode ocupar um espaço raro no mercado.

Essa combinação o torna difícil de substituir, o que permite cobrar mais pelos serviços prestados e fidelizar clientes sem dobrar a carga de trabalho.

Em vez de competir por volume, esse profissional se diferencia por oferecer soluções específicas e difíceis de replicar.

Microcredenciais ampliam acesso à qualificação

Nesse contexto, as microcredenciais ganham espaço. Esses cursos são de curta duração, com foco em competências específicas e aplicação prática rápida.

De acordo com Andre Purri, CEO da Alymente, “hoje, contratamos menos pela profundidade técnica isolada e mais pela versatilidade combinada”.

Ainda segundo Purri, quem domina três habilidades relevantes e consegue aplicá-las com clareza tende a se destacar em qualquer processo seletivo.

Por isso, o empilhamento de competências tem sido visto como alternativa real para quem deseja salários mais altos e maior estabilidade profissional.

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Last Update: 18/05/2025