A infraestrutura no Brasil sempre foi um gargalo para o crescimento e sinônimo de prejuízo para as empresas. Mas o momento é o de investir, segundo o vice-presidente da Fiemg, Emir Cadar Filho, que arregaçou as mangas para realizar uma grande feira do setor, a Infra business Expo que, segundo ele, se não é a maior, será a melhor do setor, colocando Minas Gerais e Belo Horizonte, no calendário de grandes eventos do país. Marcada para acontecer de 12 a 14 de agosto, a feira vai reunir representantes de grandes empresas, investidores, empresários, representantes do governo e de toda cadeia produtiva do setor da construção, no Expominas. Além do espaço para exposição e negócios, estão previstas palestras com empresários de sucesso, representantes de empresas e de setores do governo e painéis técnicos, para debater temas específicos do setor.
Como a Infra business Expo foi idealizada?
A feira foi criada para poder puxar para Minas um pouquinho dos holofotes da infraestrutura. Estamos tendo um grande investimento com as concessões sendo iniciadas em Minas. Há dois anos começou um grande processo para começar as concessões das grandes rodovias de Minas, metrô, Rodoanel, as BRs 38, 262, 040. Temos, também o movimento do estado com o aumento dos investimentos, o Dnit aumentou os investimentos em Minas e vimos com tudo isso, a oportunidade de Minas e se tornar é protagonista em vez de coadjuvante nesse cenário das grandes feiras de infraestrutura. Essas feiras são todas feitas em São Paulo, só acontece lá, mas nada feita aqui em Minas. E eu, inquieto como sou, resolvi fazer essa feira com apoio da Fiemg e do Sicepot. Geralmente quem faz uma feira é uma entidade, mas eu assumi esse desafio de fazer e a gente já está com grande êxito. Estamos com o pavilhão principal com 90% vendido. Agora estamos trabalhando foyer, que são a cadeia produtiva. Faltam três meses e meio para feira e estamos bem avançados. Tem ainda muita coisa para vir, muitas empresas boas fechando com o evento, as maiores e melhores fabricantes de equipamento, com caminhões e máquinas já fechados. E vamos fazer um Congresso também junto, que vai ter na abertura, a presença de grandes empresários mineiros. Na abertura já estão confirmados nomes como o de Modesto Araujo, Rubens Menin, Eugênio Mattar, em um painel de abertura da feira. À tarde teremos o ministro do TCU, Antonio Anastasia, o Marco Aurélio Barcelos, que é o presidente da Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias. No outro dia teremos a presença de Ana Sanches falando também um pouquinho, da mineração, da Anglo, teremos Lizete Ribeiro e para fechar vamos trazer Ricardo Amorim. Ë um Congresso bastante diversificado. Nós também teremos sete palestras todos os dias, algumas menores, porque são palestras técnicas, de assuntos específicos do setor. Nós temos aqui a Exposibram, que é uma feira de mineração muito grande, um dos setores mais importantes do estado, mas para a parte de construção, infraestrutura e essa cadeia produtiva, a gente não tinha um evento grande, um evento robusto. Então o evento vem para ser bianual. É um evento que vem para ficar, não é um evento único. Vai entrar no calendário de grandes eventos do Brasil. E a nossa ideia é a de que se a gente não consegue ser a maior feira do Brasi, conseguimos fazer a melhor feira de infraestrutura da América Latina.
Esse é o momento da construção. É o momento da infraestrutura do Brasil, fazer uma virada, principalmente no Sudeste?
Eu acho que o momento é exatamente agora, porque a infraestrutura ficou para trás muito tempo com a crise do 2014 até 2022. Veio a pandemia e a infraestrutura sofreu demais, com muito pouco investimento em infraestrutura. O estado chegou a investir apenas R$ 200 milhões ao ano. Hoje é R$ 2 bi ao ano. A Copasa também cresceu umas 4 vezes o tamanho do investimento que fazia. Não tinha nenhuma concessão, nenhuma tinha dado certo. O governo federal não ouvia o mercado, para entender como que deveria fazer para as concessões darem certo. Lançavam os editais é só ver o da BR-381, quantas vezes tentaram lançar e sempre deserta, sem proposta. O modelo que eles lançaram deu errado, o dividido em lotes também deu errado e agora, com as mudanças, deu certo.Então houve um amadurecimento do contratante, dos governos federal, estadual e o crescimento da infraestrutura. Descobriram que era óbvio que quem traz progresso, quem faz crescer a economia é infraestrutura. Onde tem infraestrutura tudo floresce em volta. A feira vem coroar isso tudo. Nós estamos trazendo as pessoas mais importantes do setor, as empresas mais importantes, as construtoras vão ter um ambiente de negócio muito propício. O importante da feira não é só mostrar a máquina, para isso aí não precisa de uma feira. É fazer bons negócios, por isso que ela chama Infra Business. Estamos acordados com as fabricantes que entram com preço bastante competitivo, exclusivos para feira. Isso é muito importante para criar um ambiente de negócio para feira prosperar.
O setor da construção está otimista?
Sim. Nós estamos aí, trabalhando, apesar das taxas de juros não serem as ideais para investimentos. Mas o mercado aquecido, como está, não tem jeito de frear o crescimento tanto da venda de equipamentos, quando da contratação de obras e as empresas crescerem. Então, apesar da economia, o momento da construção é muito bom, da infraestrutura é muito bom.