Após mais de uma década de promessas e milhões de reais desperdiçados, a emenda proposta pela deputada Lilian Behring busca finalmente retomar a construção de um hospital essencial para a saúde da cidade


Em São Gonçalo, o Hospital da Mãe Colubandê era um projeto aguardado com muita expectativa desde 2013, quando a construção foi iniciada com um investimento de 37 milhões de reais. A promessa era grandiosa: um hospital moderno, com 800 partos e 10 mil consultas por mês, destinado a atender as mães e os bebês da região, que enfrentam uma falta histórica de serviços especializados. Porém, a realidade é outra.

Em 2015, após a paralisação das obras, o que antes parecia um sonho de saúde pública tornou-se uma obra inacabada, um esqueleto de concreto sem vida, um vazio cruel em uma região que clama por atendimento de qualidade. Hoje, o terreno onde deveria se erguer o hospital é um campo de ruínas, invadido por moradores de rua, usuários de drogas e até criminosos que utilizam as instalações para esconderijos após cometerem delitos. A estrutura de quatro andares que deveria ser um centro de referência para a saúde materna e infantil é, na prática, um símbolo de desperdício de recursos públicos e falhas na gestão.

A deputada Lilian Behring tenta reverter uma década de promessas frustradas e garantir que mães e bebês tenham atendimento digno em São Gonçalo / Foto: Octacílio Barbosa

O abandono que destrói esperanças

O Hospital da Mãe Colubandê deveria contar com uma infraestrutura moderna, incluindo UTIs, salas de parto cirúrgico, consultórios médicos, quartos de internação e uma unidade de observação para recém-nascidos. As condições de atendimento seriam adequadas para lidar com a crescente demanda de partos na região. Mas, com as obras paradas, os moradores continuam a enfrentar a falta de leitos, a superlotação das maternidades e a ausência de estrutura básica para o atendimento.

A deputada estadual Lilian Behring (PCdoB), que é enfermeira de formação e autora da emenda 91, é uma das principais defensoras da retomada da obra. Ela não apenas conhece as necessidades da população da região, mas também se dedica a transformar a realidade de um sistema de saúde carente.

“Eu sou enfermeira e vejo de perto o sofrimento das mães. Elas precisam de um atendimento de qualidade, mas o que vemos são hospitais superlotados, sem condições mínimas de infraestrutura. O Hospital da Mãe Colubandê foi planejado para salvar vidas, mas virou um reflexo do abandono que a saúde pública sofre em nossa região.”

O valor do desperdício: milhões investidos, mas nenhuma solução

Apesar dos 37 milhões de reais investidos até o momento, o hospital não passou de um projeto inacabado. A obra foi paralisada e, até hoje, nenhum novo aporte de verba teve efeito positivo na conclusão do hospital. O investimento já feito não teve retorno, e a população de São Gonçalo e municípios vizinhos continua a esperar por uma solução que nunca chega.

“É revoltante pensar que mais de 30 milhões de reais foram jogados fora sem trazer qualquer benefício para a nossa gente. A população de São Gonçalo e região merece um hospital de verdade, e não um monumento de incompetência. A nossa luta não é só pela conclusão de uma obra, é pela vida das mães e das crianças que estão sendo prejudicadas pela ineficiência do poder público”, afirma Lilian Behring, com indignação.

A luta pela retomada das obras e o futuro da saúde materna

Recentemente, a Emenda 91, proposta pela deputada, foi aprovada como parte do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, com o objetivo de garantir o retorno da obra. Mas a deputada sabe que o caminho para reverter um histórico de falhas na gestão pública é longo. Mesmo com a aprovação da emenda, Lilian Behring ainda luta para que os recursos alocados sejam efetivamente usados na construção do hospital, e que a obra seja entregue conforme o prometido.

“A nossa emenda busca garantir que o projeto de saúde materna e infantil não morra com a obra. Queremos que o Hospital da Mãe Colubandê seja finalmente uma realidade, porque é para isso que a população precisa e merece. Não podemos permitir que os erros do passado se repitam. O que precisamos agora é de ação, e não mais promessas vazias”, declara a deputada.

Ela também ressalta a importância de fiscalizar o uso de recursos e o andamento das obras, quando iniciadas.

“O que aconteceu até agora é inadmissível. Milhões foram gastos e não houve fiscalização eficaz. As mães e os bebês continuam sofrendo, enquanto o hospital continua parado. Vamos exigir que a construção seja finalizada de uma vez por todas, sem mais desculpas. Não podemos perder mais tempo.”

Consequências para a população: superlotação e mães à espera

A falta de um centro de saúde especializado é sentida principalmente pelas mães gestantes, que precisam se deslocar para outras regiões em busca de atendimento. Muitas enfrentam superlotação, falta de leitos e atendimento precário nas poucas maternidades que ainda estão funcionando na região. O risco de complicações no parto, que poderiam ser evitadas com uma estrutura de saúde adequada, é constante.

“Eu recebo relatos de gestantes que precisam se deslocar quilômetros para conseguir atendimento, muitas vezes chegando a tempo de dar à luz em condições desumanas. Isso é inaceitável. Precisamos garantir que as mães da região não sejam tratadas como um número, mas como seres humanos dignos de cuidado e respeito”, finaliza Behring.

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Last Update: 24/06/2025