Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o prefeito bolsonarista de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu a construção de um muro de concreto de 40 metros para separar a Cracolândia do fluxo de pedestres e veículos.
“A colocação dos gradis na rua dos Protestantes faz parte da estratégia adotada pela Prefeitura para facilitar o trabalho de abordagem dos profissionais da Saúde e da Assistência Social, permitindo maior proximidade, circulação e visualização dos usuários, sobretudo os mais vulneráveis”, afirmou Nunes.
O muro de 2,5 metros de altura fica na Rua General Couto Magalhães, região central da cidade, e o tema chegou ao STF após pedido de deputados do PSOL, que criticaram a construção e alegaram que ele promove exclusão social e dificulta a implementação de políticas públicas.
Nunes, no entanto, alegou ao Supremo que a estrutura favorece “a interlocução e o aumento da frequência das abordagens e o trabalho de convencimento dos usuários para as diferentes ofertas e alternativas de serviços públicos que visam a melhoria das condições de saúde e bem-estar daquelas pessoas”.
O prefeito ainda apresentou mapas e fotografias à Corte, e disse que a estrutura é necessária porque usuários de drogas estavam “comprometendo o trânsito de pedestres, moradores, trabalhadores do comércio da região, estudantes de escolas nas proximidades que usam as calçadas para ir e vir, além dos veículos”.
Em coletiva de imprensa nesta terça (21), Nunes afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, estaria sendo “usado politicamente” nesse tema. “O ministro deve ter uma série de ocupações, utilizar do tempo dele e cair numa armadilha dessas?”, questionou o prefeito.
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