Ídolo do São Paulo e do PSG, o ex-jogador Zé discursou em uma manifestação em Paris contra a extrema-direita na quarta-feira (3). As eleições parlamentares da França ocorrem no domingo (7), e no primeiro turno, os extremistas, liderados por Marine Le Pen, saíram vencedores. Zé participou de um comício da Nova Frente Popular, bloco de partidos de esquerda, que busca, junto ao centro ligado ao presidente Emmanuel Macron, impedir o avanço de Le Pen.
“Viva a França, viva a República, viva a democracia”, declarou Zé em francês, sendo aplaudido pela multidão. “Conheço bem a extrema-direita. O que eles fazem de melhor é mentir. A extrema-direita é o fim do mundo, é o fim dos direitos humanos, da humanidade”, discursou o campeão da Copa do Mundo com a seleção brasileira em 1994.
Zé fez uma alusão ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que o Brasil viveu um pesadelo de quatro anos de misoginia, homofobia, preconceito, milhares de mortes e desmatamento. “A extrema-direita é o ódio. Se quisermos mudar a nossa realidade, nosso poder de compra, nossa vida, vamos mudar com uma estratégia, um projeto, uma nova política, mas nossos valores fundamentais nunca devem mudar”, ressaltou.
Por fim, Zé apelou aos eleitores para que votem contra a extrema-direita: “Vão votar, meus amigos franceses, vão convencer seus amigos, sua família a votar, pela França, pela humanidade, pelo planeta, pela raça humana”, finalizou o irmão do também ex-jogador Sócrates, ídolo do Corinthians que virou símbolo de luta pela democracia durante a Ditadura Militar no Brasil.
Vídeo legendado: Discurso sensacional do craque Zé, ídolo do PSG, contra a extrema-direita e sobre a eleição francesa no próximo domingo.
“Conheço bem a extrema direita, o que eles fazem de melhor é mentir. No Brasil, vivemos um pesadelo. Quatro anos de misoginia, quatro anos… pic.twitter.com/ESPXhX6x7X
— Lázaro Rosa ???????? (@lazarorosa25) July 4, 2024
Apesar da ampla vitória no primeiro turno, uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (3) indica que o partido Reunião Nacional (RN), da extrema-direita, não conquistará a maioria dos assentos parlamentares no segundo turno das eleições francesas no próximo domingo. Segundo o levantamento da Harris Interactive para a revista Challenges, os principais partidos franceses que se uniram contra os extremistas podem estar conseguindo barrar o avanço do RN.
A pesquisa sugere que o partido de Le Pen e seus aliados devem obter entre 190 e 220 assentos, bem abaixo das 289 cadeiras necessárias para controlar a Assembleia Nacional de 577 lugares. Enquanto isso, o partido de centro-direita Os Republicanos (LR) deve ganhar entre 30 e 50 assentos, dificultando a possibilidade de um governo minoritário de extrema-direita apoiado por parte do grupo parlamentar.
“O resultado das desistências é um claro retrocesso para o RN”, escreveu Rémi Clément, repórter da Challenges, no X. Esta formação de uma frente anti-RN, com políticos de diversas linhas partidárias, parece estar influenciando significativamente o cenário eleitoral.