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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta terça-feira (25), que o tenente Mauro Cid, ex-ajudante de ordens durante seu governo, teria sido alvo de “tortura psicológica” para realizar sua delação premiada. A afirmação foi feita em entrevista ao jornalista Léo Dias, onde ele criticou os procedimentos que levaram às acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e outros investigados no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a entrevista, Bolsonaro comparou o caso de Mauro Cid às investigações da Operação Lava Jato, que tiveram algumas sentenças anuladas por irregularidades processuais. Segundo o ex-presidente, os vídeos completos dos depoimentos de Cid teriam sido divulgados apenas em partes, sem o contexto adequado.
“Os meus advogados pediram e, 11 meses depois, tive acesso a todos os vídeos, do começo ao fim, sem cortes. O que foi divulgado são só pedacinhos […]. E ele falava: ‘Olha, tem um pai, uma esposa e uma filha’. Isso é tortura. Tortura psicológica”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente reiterou que Cid teria sido “obrigado a falar” e argumentou que o processo possui “dez vezes mais nulidades” do que as identificadas na Lava Jato. Apesar das críticas, Bolsonaro negou estar atacando seu ex-ajudante de ordens. “Não vou atacar o Cid. O que quero questionar é a forma como tudo foi feito”, acrescentou.
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Bolsonaro também revelou que seu último contato com Mauro Cid ocorreu em 30 de dezembro de 2022, antes de sua viagem para os Estados Unidos. Ele negou que tenha deixado o Brasil por pressentir que algo aconteceria, afirmando que a desmobilização dos acampamentos de seus apoiadores já estava em curso antes dos atos de 8 de janeiro.
“Eu não saí triste do Brasil. Talvez sentisse que algo errado pudesse acontecer. Mas os acampamentos já estavam sendo desmobilizados. Na quarta-feira seguinte, tinha umas 300 pessoas aqui. Antes, eram mais de 10 mil. Estava tudo caminhando para o ponto final”, explicou.
Questionado se faltou um posicionamento mais incisivo pedindo que seus apoiadores deixassem os acampamentos e retomassem suas vidas, Bolsonaro afirmou que a retirada estava acontecendo naturalmente. “90% foi embora. O que ficou foi um pequeno grupo. Tem gente que foi convocada e tomou outra decisão”, disse.
Confira a entrevista de Bolsonaro ao Léo Dias:
– Entrevista com Jair Bolsonaro, direto de Brasília, com Leo Dias! Sem cortes, sem filtro, como você nunca viu.
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— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 25, 2025
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