Neste domingo (18), ocorreu o segundo turno das eleições presidenciais na Romênia, país do leste da Europa.

Em mais uma etapa do golpe de Estado que vem sendo perpetrado pelo imperialismo desde novembro de 2024, foi eleito presidente um lacaio do imperialismo, Nicușor Dan, derrotando George Simion, candidato que se opõe à OTAN e  à guerra de agressão contra a Rússia, levada a cabo pelo imperialismo através da Ucrânia.

Oficialmente, Nicusor Dan obteve, neste segundo-turno, 53,6% dos votos, enquanto que, no primeiro, obteve apenas 20,99%. – um crescimento de mais de 30% para o candidato pró-imperialista! George Simion, por sua vez, obteve oficialmente 46,4% dos votos, menos de seis pontos percentuais acima de sua primeira votação, quando obteve 40,96% dos votos. Destaca-se, ainda, que houve aumento no número de votantes, de 53,21% (primeiro-turno) para 64,72% (segundo-turno).

Processo golpista

As eleições deste domingo expressaram a concretização do golpe de Estado que se iniciou em novembro de 2024. No dia 24 daquele mês, já havia ocorrido o primeiro turno das eleições presidenciais. O vencedor do pleito foi Calin Georgescu, candidato que, como Simion, se opõe à Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), exército do imperialismo na Europa, bem como à guerra de agressão contra a Rússia.

Contudo, sob alegações falsas de que interferência por parte da Federação Russa teria garantido a vitória de Georgescu, as eleições foram anuladas pela Corte Constitucional da Romênia, e uma perseguição criminal e eleitoral (que está em andamento) foi desencadeada contra o candidato. Em razão da anulação, novas eleições presidenciais foram marcadas, com o primeiro-turno ocorrendo em 4 de maio, e o segundo neste domingo.

No primeiro-turno, George Simion compareceu às urnas para votar acompanhado de Calin Georgescu. Eles declararam que “estamos aqui com uma única missão: restaurar a ordem constitucional e a democracia”, em referência ao golpe imperialista contra o país. Ao vencer aquele pleito, Simion afirmou que “esta não é apenas uma vitória eleitoral, é uma vitória da dignidade romena. É a vitória daqueles que não perderam a esperança, daqueles que ainda acreditam na Romênia, um país livre, respeitado e soberano“. 

No dia seguinte ao primeiro-turno, o primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, funcionário do imperialismo, renunciou após a vitória de Simion.

Anteriormente, em novembro de 2024, Simion fora colocado em uma lista negra pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) por “atividades antiucranianas sistemáticas, que contradizem os interesses nacionais da Ucrânia e violam sua soberania estatal e integridade territorial”.

Neste sábado (17), um dia antes do segundo-turno, Simion denunciou a interferência do imperialismo francês no país. Em entrevista publicada na sexta-feira (16), o empresário Mario Nawfal perguntou a Simion se ele havia recebido “ameaças diretas ou indiretas” do exterior. Simion respondeu que “eles estão investindo muito dinheiro e pressão — por meio de seu embaixador aqui e de instituições estrangeiras — para roubar o voto do povo romeno”, comparando a situação na Romênia com a perseguição do imperialismo contra a líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen.

“Quero me dirigir ao povo francês livre contra esse autoritário [presidente] Emmanuel Macron, que não tem o apoio do povo francês, que baniu Marine Le Pen, que está apoiando a ideia de impor uma ditadura [na Romênia] e anular a vontade do povo […] O povo romeno foi humilhado com a anulação da eleição”, declarou Simion.

Com os resultados do segundo-turno, Simion, seu partido e apoiadores denunciaram fraude perpetrada pelo Estado romeno a serviço do imperialismo. A fraude teria sido feita através dos votos de romenos que vivem na Moldávia, país cujo governo e todo aparato estatal é subserviente ao imperialismo. 

Conforme informado pela emissora Russia Today (RT), cerca de 30% da população da Moldávia tem dupla cidadania moldava-romena, e os apoiadores de Simion estão denunciando que a participação eleitoral antecipada entre os romenos que votam na Moldávia é tão alta que levanta suspeitas – quase três vezes maior do que a registrada no mesmo período no primeiro turno.

A fraude já estava em andamento na sexta-feira, conforme denunciado por Simion em sua página do Facebook por meio da seguinte mensagem: “chega de campanha – agora precisamos acabar com essa fraude em massa! O governo da Moldávia começou a roubar votos. Não vamos deixar!”.

No mesmo sentido foi a denúncia feita pelo AUR, partido ao qual pertence Simion: “às 13h, mais de 50.000 votos foram emitidos pela diáspora – um aumento de quase 70% em relação ao primeiro turno. Esses números não são coincidência.

O novo golpe na Romênia, novamente realizado no âmbito das eleições presidenciais, mostra que a política do imperialismo é de guerra contra a Rússia. As potências imperialistas vêm posicionando suas peças no tabuleiro através de golpes de Estado na Europa, como, por exemplo, as tentativas que ocorrem na Sérvia e na Eslováquia.

O caso também mostra que, à medida que a crise imperialistas se aprofunda, o imperialismo vai abandonado cada vez mais a política de aparências democráticas e agindo de forma abertamente ditatorial em vários países do mundo, perpetrando golpes de Estado, inclusive por meio de eleições.

O novo golpe na Romênia foi semelhante ao que ocorreu recentemente no Equador, com a reeleição do lacaio do imperialismo Daniel Noboa. No primeiro-turno, houve participação de 82% dos eleitores, e Noboa obteve 44.17%, enquanto a candidata ligada a Rafael Correa, Luisa González, obteve 44%. No segundo-turno, houve um aumento de apenas 0,97% dos eleitores; no entanto, a votação de Noboa aumentou para 55,63%. Por sua vez, González obteve apenas 44.37% (aumento de somente 0,37%), ficando consumado o golpe de Estado por meio de fraude eleitoral.

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Last Update: 20/05/2025