O líder da Revolução Islâmica do Irã, aiatolá Ali Khamenei, voltou a se pronunciar nesta quarta-feira (18) sobre a escalada de agressões do regime sionista contra o Irã, com respaldo do imperialismo norte-americano. Em pronunciamento transmitido à população, Khamenei alertou que qualquer tentativa de intervenção militar dos Estados Unidos no conflito acarretará consequências “irreparáveis” para a principal potência imperialista do planeta.
“O povo norte-americano deve saber que qualquer intervenção militar terá repercussões que eles jamais poderão reparar”, afirmou o líder iraniano. Ele sublinhou que a ingerência dos EUA apenas confirma a fragilidade do regime sionista: “o envolvimento dos Estados Unidos na agressão ao Irã é uma prova da fraqueza da entidade sionista”.
Khamenei foi enfático ao afirmar que a República Islâmica não aceitará ameaças nem ditames: “guerra será respondida com guerra, bombardeio com bombardeio, ataques com ataques.” O líder islâmico reafirmou o compromisso do Irã com a defesa de sua soberania e com a punição dos responsáveis pelo ataque: “O inimigo sionista cometeu um erro grave e um grande crime. Deve ser punido – e está sendo punido. A punição continuará.”
Ao abordar diretamente as ameaças feitas pelo presidente norte-americano, Khamenei foi categórico: “eles nos ameaçam e ao mesmo tempo, de forma ridícula, pedem ao povo iraniano que ‘se submeta’. Essa é uma fala que não vem de um homem racional. O povo iraniano já provou que não se curva diante das ameaças”.
Em sua fala, o líder iraniano exaltou a maturidade do povo diante da agressão, destacando a mobilização popular e a unidade nacional. “A firmeza e a lógica racional do povo iraniano são claras. Estamos de pé, fortes contra qualquer paz imposta, assim como estivemos contra a guerra imposta”, disse Khamenei, referindo-se à guerra Irã-Iraque (1980-1988).
O discurso também criticou a tentativa de manipulação da opinião pública mundial por parte do imperialismo. Khamenei conclamou os intelectuais iranianos e os que se comunicam com o público internacional a desmascarar a propaganda sionista: “Não deixem que o inimigo deturpe os fatos”.
No mesmo dia, parlamentares norte-americanos introduziram uma resolução para impedir que o presidente Donald Trump utilize as forças armadas contra o Irã sem autorização do Congresso. A iniciativa, liderada pelos deputados Thomas Massie e Ro Khanna, e apoiada no Senado por Tim Kaine, reflete a preocupação crescente com a possibilidade de uma nova guerra no Oriente Médio a serviço dos interesses sionistas. Khanna declarou ao sítio The Intercept que “os Estados Unidos não podem ser arrastados para outra guerra sem um debate completo e um voto no Congresso”.
A seguir, o discurso completo de Saied Ali Khamenei:
“Em nome de Alá, o Misericordioso, o Compadecido.
Saúdo o grande povo iraniano.
O primeiro ponto que desejo abordar é o elogio à conduta do nosso querido povo diante da questão recente enfrentada pelo país nas mãos de seus inimigos. O povo iraniano demonstrou firmeza, coragem e consciência do momento. A mobilização no Eid al-Ghadir foi grandiosa: as reuniões, marchas, a presença nas orações de sexta-feira e nas manifestações subsequentes são sinais da maturidade do povo iraniano, da solidez de sua racionalidade e espiritualidade, junto à coragem e pontualidade.
Agradeço a Alá por ter concedido a esta nação fiel tais capacidades espirituais. Quero destacar o gesto simbólico e significativo da apresentadora de TV que, diante da arrogância inimiga, exclamou ‘Allahu Akbar’ e mostrou ao mundo a força de nosso povo. Um ato histórico e valioso.
O segundo ponto é que este ataque tolo e mal-intencionado da entidade sionista ocorreu enquanto os representantes do governo iraniano conduziam negociações indiretas com os EUA por intermédio de terceiros. Não havia, da parte do Irã, qualquer indício de ação militar ou postura agressiva. Desde o início, esperava-se que os EUA fossem cúmplices nesse ato covarde da entidade sionista. Com as declarações recentes, isso se torna cada vez mais evidente.
O povo iraniano resiste à guerra imposta e também resistirá à paz imposta. O povo iraniano não se submete a ditames. Espera-se que os pensadores, escritores e comunicadores esclareçam essas questões ao público mundial, impedindo a distorção dos fatos pela propaganda inimiga.
O inimigo sionista cometeu um erro e um crime grave, e deve ser punido. Está sendo punido. A punição infligida pelas forças armadas iranianas é severa e já enfraquece o inimigo. Até mesmo a intervenção de seus amigos americanos e suas declarações são provas de sua impotência.
Quanto ao tema final: o presidente norte-americano emitiu ameaças ao Irã e, ao mesmo tempo, em um gesto ridículo, pediu ao povo iraniano que ‘se rendesse’. É espantoso. A ameaça é dirigida àqueles que a temem. O povo iraniano demonstrou que não treme diante das ameaças. ‘Não enfraqueçais nem vos entristeçais; sereis superiores se sois crentes’. As ameaças não afetam o comportamento ou pensamento do povo iraniano.
Pedir que o povo iraniano se renda é um absurdo. Aqueles que conhecem o Irã e sua história sabem que essa exigência é irracional. Rendimento por quê? O povo iraniano não se rende. Não atacamos ninguém, e não aceitaremos agressão. Reagiremos com firmeza a qualquer ataque. Essa é a lógica e o espírito do povo iraniano.
Os americanos que conhecem a política da região sabem que, se entrarem militarmente no conflito, sairão com perdas irreparáveis, muito maiores do que quaisquer danos que o Irã possa sofrer.
Peço ao nosso povo que mantenha sempre em mente este versículo sagrado. A vida, graças a Alá, segue normalmente. Não deixem o inimigo perceber qualquer medo ou fraqueza. Se ele perceber, não vos deixará em paz. Sigam com a mesma força. Os responsáveis pelos serviços, comunicação e esclarecimento devem continuar firmes em suas funções e confiar em Alá: ‘A vitória vem apenas de Alá, o Todo-Poderoso, o Sábio’. Alá certamente concederá vitória ao povo iraniano e à verdade, se Deus quiser.
E que a paz e a misericórdia de Alá estejam convosco.”