Desde o último dia 20 até a segunda-feira (26) o Ministério de Defesa russo afirma ter interceptado milhares de drones ucranianos em território russo, incluindo um ataque orquestrado contra o helicóptero do presidente Putin durante uma viagem a Kursk também no inicio da semana passada. Segundo o ministério, mais de 2.300 drones foram interceptados na última semana, a maioria fora da linha de frente.

Em retaliação ao ataque massivo dos ucranianos, a Rússia lançou uma série de ataques de longo alcance contra a Ucrânia, incluindo um contra uma fábrica em Quieve que, segundo o Ministério da Defesa russo, era usada para produzir drones de asa fixa. Outros locais militares também foram atingidos: armazéns, campos de aviação, estações de radar e depósitos de munição. Modelo este de aeronave – drones de asa fixa -, que foi o mais comum durante a tentativa de interceptar o helicóptero do presidente russo em sua visita a Kursk.

Segundo o jornal russo RT, a Ucrânia lançou mais um grande ataque com drones em Moscou e áreas suburbanas, com um total de 42 veículos aéreos não tripulados abatidos durante a noite em toda a região, segundo autoridades locais. O ataque danificou prédios e provocou suspensões temporárias de voos, mas não houve registro de vítimas.

O prefeito de Moscou Sergey Sobyanin, confirmou o ataque de drones na capital russa, que ocorreu em várias ondas, começando por volta de 00h30. Ainda segundo o Ministério de Defesa russo, foram interceptados e abatidos um total de 296 drones de asa fixa em toda a Rússia entre 21h de terça-feira (27) e 7h de quarta-feira (28).

Sobre os acontecidos durante a semana passada, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirma que se trata de uma tentativa de atrapalhar as negociações de paz mediadas pelos EUA entre Moscou e Quieve. O Ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov disse que “algumas nações europeias lideradas pelo Reino Unido, França, Alemanha e a liderança da UE”, que estão apoiando Quieve e querem que o conflito continue, têm alguma responsabilidade pelos ataques de drones.

No mesmo dia 26, em uma reunião com o alto escalão de segurança, Lavrov disse que seu país anunciará em breve a data das próximas negociações diretas com a Ucrânia, sem a informação exata do dia e local da reunião. Já nesta quarta-feira (28), em Moscou, o presidente Vladimi Putin participou de uma reunião internacional com autoridades da área de segurança, ocasião em que declarou:

“A paz e a estabilidade na Europa só podem ser alcançadas se o continente adotar uma estrutura de segurança que garanta a proteção de todas as nações sem comprometer os interesses de nenhum país em particular.

Nossa abordagem permanece baseada em princípios e inabalável. A nova arquitetura de segurança deve ser igualitária e indivisível, o que significa que todos os Estados devem ter garantias firmes de sua segurança, mas não às custas da segurança e dos interesses de outros países.”

Por outro lado, confirmando o que teria dito Lavrov sobre as intenções da União Europeia em relação ao conflito, autoridades russas argumentaram que a UE, sob a influência da OTAN, se desviou de sua missão original de integração econômica e se voltou para prioridades militares. Esta semana, os estados-membros da UE aprovaram um plano de empréstimo de €150 bilhões (US$ 170 bilhões) destinado a financiar a produção de armas e a aquisição de armas. Bruxelas classificou a medida como uma resposta a uma suposta ameaça da Rússia.

Nesta terça-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, em uma publicação em sua plataforma Truth Social, sugeriu que Putin “está brincando com fogo” e que se não fosse por ele, “muitas coisas realmente ruins já teriam acontecido à Rússia”. Dois dias antes, domingo, Trump afirmou que o presidente russo havia “enlouquecido completamente” e que ele havia atacado o país vizinho recentemente “sem qualquer motivo”. Na segunda-feira, o porta-voz do Crêmlin, Dmitry Peskov, atribuiu a retórica dura de Trump à “sobrecarga emocional”.

Do lado russo um dos principais conselheiros de política externa do presidente russo, Yury Ushakov, em uma entrevista para o jornalista Pavel Zarubin, sugeriu que o presidente dos EUA “não está suficientemente informado sobre o que realmente está acontecendo no contexto do confronto Rússia-Ucrânia”. Ushakov afirmou que Trump aparentemente não havia sido informado sobre “o aumento de ataques terroristas massivos realizados pela Ucrânia contra cidades russas pacíficas”.

“Trump só sabe das medidas retaliatórias que estamos tomando”, disse ele, enfatizando que os ataques da Rússia têm como alvo “apenas infraestrutura militar ou instalações da indústria de defesa”.

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Last Update: 29/05/2025