Fomos ontem surpreendidos pela inesperada notícia da perda do nosso camarada Américo Gomes. O Américo, como o tratávamos. Faleceu ontem no Hospital das Clínicas, em São Paulo, vítima de complicações cardíacas.

É com muita tristeza que enviamos um doloroso abraço e as nossas mais sentidas condolências aos familiares, amigos e camaradas, e ao PSTU, o nosso partido irmão no Brasil. Perdemos um dos nossos, um dos imprescindíveis. Um camarada com muita história, que começou a sua militância ainda nos anos 70, mas que apesar de tudo estava sempre aberto a ouvir.

Para o Em Luta, o Américo teve um papel importante em vários momentos e temas chave: a relação da organização com o Movimento Negro e a luta antirracista, a importância dos intercâmbios entre a luta de classes em África e Portugal, a necessidade de disputar consciências entre os operários, a centralidade do estudo para poder compreender o mundo e para nele conseguirmos intervir.

Dono de um internacionalismo militante voluntarioso, generoso e comprometido, foi insubstituível o seu contributo para a nossa formação política, coletiva e individual e para a LIT.

Elemento prestigiado da nossa corrente, o camarada Américo foi ganho desde tenra idade para a necessidade de pôr os trabalhadores no controlo dos destinos do mundo. Durante toda a vida lutou abnegadamente sob esta bandeira, por essa necessidade e possibilidade. Também por essa razão, a sua súbita perda é profundamente dolorosa e triste. Triste, porque fará falta ao coletivo e a cada um dos que o foram conhecendo na sua trajetória. Dolorosa, porque deixar, de um momento para o outro, de ouvir e sentir aquela gigantesca e afável presença, de um camarada inconfundível, experimentado na luta de classes, sereno perante desafios, tensões e polémicas, é sem dúvida um duro golpe.
A sua voz, timbre, humor e disposição ecoarão para sempre nas nossas mentes e corações.

Estamos, no entanto, apesar do nosso luto, convictos de que deixa mais sementes que tristeza e dor. Sementes para que o seu legado e contributo fertilize o campo da raiva diante da barbárie capitalista, e que desse conflito floresça a resistência e luta por um mundo onde sejam os trabalhadores a construir, organizar e a liderar. Um mundo onde os últimos passem a ser os primeiros. Foi este o caminho que percorreu toda a sua vida. Homenagear o Américo significa continuarmos, por nossa vez, a trilhar o seu/nosso caminho também!

Até ao socialismo, grande camarada!

Américo, presente! Hoje e sempre!

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Last Update: 23/03/2025