Neste domingo (6), o StandWithUS Brasil, organização financiada pelo Estado de “Israel” para defender o sionismo no País, realizou um “protesto” na Praia de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, contra o Irã. Com bandeiras do “orgulho LGBTQIA+” e forcas, a organização israelense caluniou o regime iraniano, afirmando por meio de faixas que “o Irã mata gays em praça pública”.

O “protesto” foi feito na ocasião da reunião do BRICS, que ocorre na capital carioca até esta segunda-feira (7). Os sionistas da StandWithUs Brasil criticam a participação do Irã, que ingressou a partir da 15ª Cúpula, em 2023, no bloco.

“O Irã é um dos países que executam as pessoas LGBTQIA+. Só o fato de ser gay, de sair do armário, significa confessar um crime. Porque a lei do Irã diz que ser gay é crime. Apesar dos avanços nos direitos no mundo, ainda há países que criminalizam as pessoas LGBT. Uma pessoa como eu pode ser presa, torturada e executada”, mente Bruno Bimbi, membro da organização sionista e ex-dirigente do PSOL, conforme revelou este Diário.

A StandWithUs Brasil é a mesma organização que, em janeiro de 2024, organizou e patrocinou a ida de ministros do STF, STJ e STM a “Israel”. A viagem, feita em conjunto à Confederação Israelita do Brasil (Conib), teve como objetivo caluniar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe). Os juízes visitaram supostos sobreviventes de ataques do partido palestino, comunidades afetadas pela guerra e o Supremo Tribunal israelense.

Dentre outras coisas, a organização sionista publicou uma nota em seu perfil oficial no X, em 30 de junho de 2024, exigindo que as autoridades públicas brasileiras proibissem manifestações em defesa da Palestina e da resistência no Oriente Próximo:

“Mais uma vez, atos pró-Palestina viram atos a favor de grupos terroristas que não se importam em nada como os civis palestinos ou com o futuro da região. São radiciais que não se importam com vidas civis, mas com a destruição de Israel, único país de maioria judaica do mundo. Já passou da hora de proibir esses atos de incitação à violência e ao racismo no Brasil. Nas imagens, é possível ver bandeiras do Hamas e do Hezbollah. Elas foram tiradas hoje (30), na Avenida Paulista, em São Paulo.”

O líder da StandWithUs Brasil é André Lajst, ex-soldado das forças de ocupação israelenses. Desde 7 de outubro de 2023, com a heroica Operação Dilúvio de Al-Aqsa, ele tem sido um dos principais representantes do sionismo no País no sentido de perseguir e atacar as organizações que defendem o povo palestino.

Lajst, por exemplo, entrou com um processo contra o Partido da Causa Operária (PCO) por supostos crimes contra a honra. No entanto, o sionista perdeu o caso e falhou em seu ataque contra o partido trotskista.

Para Luan Monteiro, dirigente do Partido da Causa Operária no Rio de Janeiro, a ação promovida pela StandWithUS Brasil é uma provocação planejada por uma organização sionista. “Isso aqui é uma provocação de uma organização abertamente sionista, ou seja, uma organização que defende o genocídio de crianças e mulheres na Palestina”, afirmou ao DCO.

Segundo Monteiro, trata-se de uma campanha que visa desviar o foco dos crimes reais cometidos pelo Estado sionista na Faixa de Gaza. Ele destaca que a denúncia contra o Irã, baseada em mentiras sobre direitos das mulheres e dos homossexuais, serve unicamente como cortina de fumaça para justificar a política genocida promovida por “Israel”. “Defende um Estado artificial que promove e realiza uma verdadeira limpeza étnica, enquanto tenta criar falsos inimigos”, declarou.

O dirigente apontou ainda que a apresentação do Irã e dos povos islâmicos como “atrasados” e “opressores” também serve para fortalecer o imperialismo e o sionismo ao passo que encobre os ataques sistemáticos aos palestinos. “Essa coisa de colocar os gays e as mulheres como centro do debate é, na verdade, uma manipulação — são usados como bucha de canhão para tentar justificar o assassinato real e concreto que acontece na Faixa de Gaza, com milhares e milhares de crianças sendo assassinadas, hospitais e escolas sendo bombardeados”, disse.

Monteiro defendeu a resistência iraniana contra as agressões do Estado sionista: “o Irã pode fazer qualquer tipo de ação. Eles podem atacar com seus mísseis ‘Israel’, o que é uma defesa totalmente legítima — é um ato heroico o que fazem”. E completou: “isso aí não tem nada a ver com a luta das mulheres, com a luta dos gays, dos homossexuais, dos LGBTs, nem nada do tipo”.

Concluindo sua declaração, o dirigente do PCO enfatizou que “’Israel’ é inimigo de todos os povos árabes da região e deve ser duramente denunciado”.

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Last Update: 07/07/2025