
A gestão Donald Trump oficializou a suspensão de aproximadamente US$ 400 milhões em subsídios destinados à Universidade de Columbia. O governo alega que a instituição não tomou medidas adequadas para conter o antissemitismo no campus e, ao mesmo tempo, se tornou um palco de grandes protestos contra a guerra na Faixa de Gaza no ano passado.
Segundo autoridades federais, Columbia teria falhado em proteger estudantes judeus que, supostamente, sofriam assédio durante as manifestações. “As universidades devem cumprir todas as leis federais contra discriminação se quiserem receber financiamento federal. Por muito tempo, Columbia abandonou essa obrigação para com os estudantes judeus que estudam em seu campus”, declarou a secretária de Educação, Linda McMahon, em comunicado oficial.
De acordo com as investigações iniciadas no início desta semana, cerca de US$ 51 milhões em contratos já corriam o risco de ser suspensos, podendo chegar a um total de US$ 5 bilhões em compromissos de subsídios revistos. Apesar dos esforços recentes de Columbia em criar novos comitês disciplinares, a decisão do governo indica que essas ações não foram consideradas suficientes.
Parte das tensões no campus surgiu após protestos de grupos pró-palestina, que denunciaram a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Alguns participantes alegam que criticar Israel não significa praticar antissemitismo. Outros ressaltam que os confrontos ideológicos extrapolaram o direito à livre expressão e resultaram em casos de intimidação, o que levou o governo a intensificar o escrutínio sobre a universidade.

A Universidade de Columbia afirmou que pretende colaborar com a Casa Branca para tentar restaurar os recursos. Em nota, a instituição reforçou o compromisso de combater o antissemitismo e de zelar pela segurança de toda a comunidade acadêmica. A suspensão, no entanto, causou apreensão em setores defensores da liberdade de expressão, que consideram a medida punitiva e inconstitucional.
Ao mesmo tempo, grupos estudantis judaicos em Columbia, como o Columbia/Barnard Hillel, avaliam que o corte de verbas deve servir de alerta para que a administração da universidade adote ações mais eficazes no combate à discriminação. Enquanto isso, críticos do governo Trump classificam a iniciativa como uma tentativa de censura a manifestações pró-Palestina, acusando o republicano de restringir o debate público sobre a política de Israel.
Além de Columbia, outras instituições de ensino, como a Universidade da Califórnia em Berkeley e a Universidade de Minnesota, também passam por investigação por suspeita de antissemitismo. As informações são da reportagem do Estadão.