Na madrugada desta segunda-feira (5), aviões de guerra da entidade sionista, em coordenação com os Estados Unidos, bombardearam a cidade portuária de Al Hodeida, no oeste do Iêmen. A ofensiva — que visou tanto o porto quanto áreas urbanas próximas — foi confirmada por fontes militares e pela emissora Al Masirah, que relatou ao menos seis ataques distintos realizados por caças israelenses e norte-americanos.
Segundo o sionista Canal 12, participaram da operação cerca de 30 aeronaves da força aérea sionista, com apoio logístico e tático do Pentágono. A ação foi uma retaliação direta ao ataque iemenita do dia anterior, quando um míssil balístico hipersônico lançado a partir do território iemenita atingiu em cheio o Terminal 3 do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Telavive, escancarando a vulnerabilidade da defesa aérea de “Israel”.
O míssil, que atravessou impunemente os sistemas de interceptação norte-americanos THAAD e Hetz 3 (Flecha 3), produziu uma cratera de 25 metros de profundidade e paralisou o funcionamento do aeroporto e do sistema ferroviário da região por mais de uma hora. A força da explosão foi tamanha que pôde ser ouvida a até 50 km de distância. O Instituto Beit Rivka, localizado em Kfar Chabad, foi danificado pela onda de choque. A organização de socorro Magen David Adom confirmou múltiplos feridos.
Em resposta à agressão do dia 5, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) divulgou uma nota oficial em apoio ao Iêmen:
“Em nome de Deus, o mais misericordioso
Comunicado de imprensa
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) condena nos termos mais duros a brutal agressão sionista contra o irmão povo iemenita, levada a cabo por aviões do exército de ocupação terrorista, que atacaram locais civis na cidade de Hodeida e em seu porto.
Essa brutal agressão constitui um crime de guerra e terrorismo de Estado sistemático, e se insere nas tentativas fracassadas do governo do criminoso de guerra Netaniahu de dissuadir o Iêmen e seus irmãos do Ansar Alá de seu papel heroico de apoio à Faixa de Gaza diante do genocídio em curso contra civis inocentes.
O inimigo sionista, que sofreu um golpe significativo com o míssil iemenita, tenta em vão, por meio dessa agressão, reparar sua imagem destroçada após a falha total de seus sistemas de defesa.
Após cada estágio da agressão contra seu território, o irmão Iêmen e sua liderança valente reafirmaram sua determinação de seguir no caminho do orgulho, da dignidade e da honra, simbolizado por sua posição heroica ao lado do nosso povo palestino diante da guerra fascista de extermínio que perdura há dezoito meses, diante dos olhos do mundo.
Conclamamos todos os setores da nossa nação árabe e islâmica a mobilizar suas energias e unificar suas fileiras para enfrentar a agressão e combater os esquemas e crimes da ocupação contra os países e povos da região.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
Segunda-feira, 7 de Dhu al-Qi’dah de 1446 H
Correspondente a 5 de maio de 2025″
A ofensiva aérea da entidade sionista teve como alvos também a Fábrica de Cimento Bajil, localizada a cerca de 50 km do porto de Hodeida e a apenas 2,5 km da cidade de Bajil. Fundada em 1973, a fábrica passou por diversas ampliações e, atualmente, possui capacidade de produção de 750 mil toneladas anuais. A instalação é considerada estratégica para a economia local. A ação foi denunciada por fontes oficiais do governo iemenita como uma violação flagrante do direito internacional, já que se trata de um alvo civil, visitado com frequência por agências das Nações Unidas.
A escalada acontece em meio a um cerco cada vez maior contra a ocupação sionista por parte da resistência iemenita. No dia anterior, 4 de maio, o míssil hipersônico que atingiu Telavive provocou uma reação imediata em escala global. Diversas companhias aéreas internacionais, como Lufthansa, Air France, Delta, Air India, Air Europa e empresas suíças e austríacas, anunciaram a suspensão dos voos para “Israel”. A direção das Forças Armadas do Iêmen declarou que o aeroporto Ben Gurion não é mais seguro para operações aéreas e que os ataques continuarão “enquanto o genocídio na Faixa de Gaza prosseguir”.
Uma fonte do Ministério da Defesa iemenita declarou ao jornal Al Thawra que o ataque ao aeroporto demonstra o fracasso da política dos EUA em tentar conter a ofensiva iemenita em apoio ao povo palestino. Ainda segundo a fonte, a retirada do porta-aviões USS Harry S. Truman da região é sinal da “derrota das ambições imperialistas de Washington e Londres”.
A repercussão também atingiu o alto escalão da ocupação. Segundo o jornal Israel Hayom, durante o ataque ao Iêmen, o premiê Benjamin Netaniahu, o ministro da Defesa, Israel Katz, o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, e o político ultrarreacionário Aryeh Deri acompanhavam os desdobramentos a partir do centro de comando militar em Telavive.
Um oficial sionista afirmou ao Canal 13 que a expectativa do governo não é de cessar os ataques, mas sim de que “a Força Aérea esteja preparada para novos lançamentos de mísseis por parte do Ansar Alá”. Uma fonte do exército ainda declarou: “não esperamos que nosso ataque ao Iêmen interrompa os disparos contra nós”.
Por sua vez, um membro importante do governo iemenita, em declaração à emissora libanesa Al Mayadeen, afirmou que “nenhum poder poderá deter o Iêmen” e que os ataques coordenados com os Estados Unidos apenas reforçarão a determinação do país em continuar suas operações. “Estamos numa nova fase: o bloqueio aéreo imposto à Palestina ocupada é um golpe doloroso à frágil estrutura da entidade sionista”, declarou. A mesma fonte reiterou que o Iêmen “não responde, mas ataca”, adotando uma doutrina de iniciativa que desestabiliza a capacidade de resposta do inimigo.