
A tradicional Festa do Peão de Barretos, em São Paulo, ganhou contornos políticos neste sábado (23) com a presença de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador paulista, acompanhado de Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG). Diante de 35 mil pessoas, o trio de governadores da direita subiu ao palco do estádio local, onde exaltou Jair Bolsonaro e reforçou a defesa do agronegócio.
Tarcísio levou um boneco inflável com a imagem do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar, e classificou como “grande injustiça” o processo contra Bolsonaro nas investigações sobre tentativa de golpe. Ele agradeceu ao padrinho político, afirmando que “fez tudo por mim”, e disse acreditar que o tempo trará a reparação. O gesto foi recebido com aplausos da plateia, formada majoritariamente por conservadores e produtores rurais.
O governador paulista também destacou a importância do agronegócio, trecho de seu discurso que mais arrancou aplausos. Segundo ele, o setor é essencial para a economia e precisa de proteção contra o que considera tentativas de enfraquecimento. O público respondeu com entusiasmo, consolidando o tom político do evento.
A estratégia de Tarcísio foi interpretada como um movimento para fortalecer sua imagem nacional em direção às eleições presidenciais de 2026. Ao associar sua figura a Bolsonaro e buscar apoio no interior paulista, ele sinaliza a intenção de unificar o eleitorado conservador sob sua liderança dentro do Republicanos.
Já Ronaldo Caiado atacou o PT e a esquerda, lembrando debates passados sobre rodeios e vaquejadas. Ele projetou as eleições de 2026 afirmando que “um de nós” — em referência aos três governadores — chegará ao Palácio do Planalto. Zema, por sua vez, reforçou a importância do agro em Minas Gerais e disse que o setor tem sido “a locomotiva da recuperação do Estado”.
O encontro em Barretos mostrou como a Festa do Peão, evento de forte apelo popular e tradição no interior, se transformou em vitrine política. Para Tarcísio, Zema e Caiado, a ocasião foi mais do que celebração cultural: foi uma oportunidade de posicionamento eleitoral e de reforço das alianças da direita em torno de Bolsonaro e do agronegócio.