A Sabesp, agora privatizada pelo governo Tarcísio de Freitas, começa a mostrar a que veio: aumentar tarifas e romper contratos que garantiam condições mais justas para grandes consumidores estratégicos.

A mais nova vítima dessa mudança é a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), maior centro de abastecimento de alimentos da América Latina, que viu sua conta de água quase dobrar — de R$ 1,13 milhão para R$ 2,31 milhões por mês. O caso foi parar na Justiça.

A empresa, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, acusa a Sabesp de abuso de poder econômico e de se aproveitar de sua posição monopolista ao rescindir, de forma unilateral, um contrato vigente desde 2001 que previa tarifa diferenciada. O fim do desconto elevou o valor do metro cúbico de água de R$ 16,43 para R$ 29,90, num aumento de 98%.

A Ceagesp alerta: o aumento nas tarifas será inevitavelmente repassado ao preço dos alimentos, impactando toda a população, especialmente os mais vulneráveis.

A Sabesp, por sua vez, justifica que está apenas adotando um novo modelo regulatório pós-privatização, ou seja,  o compromisso da empresa agora é com a Faria Lima e naõ com a cidade. “O interesse público cede espaço ao lucro dos acionistas privados”, lamenta a direção do Sintaema.

O Sintaema denuncia mais esse ataque que vem junto com a privatização da água: o que era um serviço essencial passa a ser tratado como mercadoria, e logo parcerias estratégicas como é o caso da Ceagesp, dão lugar a relações de exploração en favor do lucro. E os efeitos já começam a aparecer — nas contas, na Justiça e, em breve, no prato do povo.

A luta pela reestatização da Sabesp é urgente e necessária. Água é direito, não mercadoria!

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Last Update: 05/08/2025